Presidente-executivo da Siemens Energy vê sinergias limitadas na unidade de turbinas eólicas em dificuldades

Por Christoph Steitz e Max Schwarz

BERLIM, 14 Nov (Reuters) - A Siemens Energy prevê sinergias limitadas entre suas unidades eólicas onshore com baixo desempenho e suas unidades eólicas offshore com melhor performance, afirmou seu presidente-executivo na sexta-feira, refletindo a incerteza contínua sobre o futuro da única divisão deficitária do grupo.

A Siemens Gamesa, divisão eólica da Siemens Energy que produz turbinas offshore e onshore, ainda se recupera de uma crise de qualidade ocorrida há dois anos, o que levou a divisão a registrar um prejuízo operacional de 1,36 bilhão de euros na noite de quinta-feira (US$ 1,59 bilhão) no ano fiscal que terminou em setembro.

Embora a administração tivesse grandes expectativas para o negócio de energia eólica quando a Siemens Energy foi separada da Siemens SIEGn.DE em 2020, são as turbinas a gás e as redes de energia que impulsionam a maior parte dos lucros e da valorização das ações do grupo.

"Temos que acreditar que a energia eólica é um negócio com margem de lucro de dois dígitos", disse Christian Bruch, presidente-executivo da Siemens Energy, na sexta-feira, durante a conferência de imprensa anual do grupo, acrescentando que ainda era cedo para afirmar se esse seria o caso.

TODAS AS EMPRESAS DEVEM ALCANÇAR MARGENS DE DOIS DÍGITOS

Questionado sobre uma possível divisão para se livrar dos negócios onshore mais fracos, Bruch disse à Reuters: "Acredito que as sinergias entre os dois negócios sejam mais limitadas do que as pessoas imaginam."

A diretora financeira, Maria Ferraro, afirmou que todas as unidades de negócios do grupo devem apresentar margens de dois dígitos, acrescentando que são realizadas revisões periódicas do portfólio com esse objetivo em mente.

A Siemens Energy, que também elevou na quinta-feira (link) suas metas de médio prazo e propôs seu primeiro dividendo em quatro anos, devido à forte demanda por turbinas a gás e redes elétricas, confirmou que espera que a Siemens Gamesa atinja o ponto de equilíbrio em 2026.

Para 2027, prevê-se um pequeno lucro, disse Bruch (link) .

Os prejuízos contínuos da unidade têm levado repetidamente os investidores a pedir uma revisão ou mesmo a venda do negócio, mas a Siemens Energy tem se comprometido até agora a reestruturar a empresa, destacando as perspectivas de longo prazo para a energia eólica em geral.

"Lembre-se que é uma história de duas cidades", disse Bruch. "No mercado offshore, somos líderes. Temos produtos excelentes. Se o mercado continuar a prosperar... acredito que também estamos bem posicionados para continuar a aumentar as margens."

Para a energia eólica onshore, onde os problemas de qualidade levaram à suspensão da venda de turbinas de nova geração, Bruch afirmou: "A questão crucial será: os chineses vão inundar o mercado ou não? Ainda não sei.""

(1 dólar = 0,8575 euros)