
Por Casey Hall
XANGAI, 6 Nov (Reuters) - Um carregamento de sorgo foi enviado dos Estados Unidos para a China na última semana, disse Mark Wilson, presidente do Conselho de Grãos e Bioprodutos dos EUA, nesta quinta-feira, a primeira carga conhecida após a recente reunião entre os líderes dos dois países.
"Sei que, após a reunião, um carregamento de sorgo foi carregado e está chegando", disse Wilson à Reuters, à margem da China International Import Expo, em Xangai, acrescentando que não sabia o volume do carregamento.
A China, o principal mercado para os agricultores dos EUA e o maior comprador mundial de sorgo norte-americano, transformou seu vasto apetite pelas colheitas americanas em uma poderosa moeda de troca para a guerra comercial.
As importações chinesas de sorgo dos EUA chegaram a 5,7 milhões de toneladas métricas no ano passado, representando 66% de suas compras importadas do produto, que é usada principalmente como substituto do milho para ração animal e para a produção da bebida tradicional baijiu.
Depois de várias rodadas de tarifas, os compradores chineses evitaram em grande parte os produtos agrícolas dos EUA, incluindo o sorgo, e procuraram outros fornecedores.
Os investidores de ambos os lados do Pacífico receberam bem a reunião realizada no mês passado entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, que ajudou a aliviar as preocupações de que as duas maiores economias do mundo poderiam abandonar os esforços para resolver suas disputas comerciais.
Pequim anunciou na quarta-feira que, a partir de 10 de novembro, eliminaria as tarifas de até 15% que havia anunciado em 4 de março para alguns produtos agrícolas dos EUA. A medida inclui a remoção de uma tarifa de 10% sobre o sorgo dos EUA.
No entanto, a China manterá os impostos adicionais de 10% sobre todos os produtos norte-americanos introduzidos em resposta aos chamados impostos do "Dia da Libertação" de Trump.
"Espero que possamos voltar ao normal com relação ao sorgo, porque esse é o principal problema", disse Wilson. "Antes, 95% do mercado de exportação dos EUA era destinado à China, portanto, precisamos retomar esse mercado. É isso que eu espero que aconteça."
(Reportagem de Casey Hall em Xangai)
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS