
Por Gleb Bryanski e Olga Popova
MOSCOU, 31 Out (Reuters) - As exportações de soja não geneticamente modificada da Rússia para a China estão garantidas, disse uma fonte do governo russo à Reuters no sábado, apesar de um acordo entre a China e os Estados Unidos concluído pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo presidente chinês, Xi Jinping.
A Rússia ficou em um distante quinto lugar entre os maiores exportadores de soja para a China em 2024, mas seus embarques consistem exclusivamente de soja não transgênica, usada na produção de alimentos como tofu, leite de soja e molho de soja.
A ministra da Agricultura da Rússia, Oksana Lut, visitou a China esta semana para conversar com seu colega Han Jun em Pequim, com o objetivo de expandir as exportações, enquanto a China se comprometeu a comprar 12 milhões de toneladas de soja norte-americana durante a atual temporada.
Os Estados Unidos fornecem principalmente soja geneticamente modificada para a China, que é usada para ração animal. A consultoria Ikar estima as exportações da Rússia para a China em até 0,8 milhão de toneladas de soja não transgênica nesta temporada.
A Rússia espera uma safra recorde de soja de até 9 milhões de toneladas métricas este ano e terá um excedente disponível para exportação, disse Dmitry Rylko, da Ikar. Ele estimou o total de exportações em até um milhão de toneladas.
A Rússia proibiu a agricultura transgênica em 2016 em uma tentativa de capturar uma parte do crescente mercado global de alimentos não transgênicos, que a Fortune Business Insights.
Após a reunião, Lut disse que as exportações agrícolas russas para a China aumentaram 10% de janeiro a setembro, impulsionadas por óleos de girassol e de canola, crustáceos, peixes congelados e carne.
A Rússia está buscando a aprovação da China para permitir o acesso de seu trigo de inverno, sua principal commodity de exportação agrícola, ao mercado chinês, mas anos de negociações não produziram nenhum progresso.
"Nossos produtos atendem aos mais rigorosos padrões de qualidade e segurança alimentar. Estou confiante de que eles ajudarão a diversificar o mercado de alimentos da China e atenderão à crescente demanda dos consumidores", disse Lut.
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS