
MOSCOU, 27 Out (Reuters) - A Lukoil LKOH.MM, segunda maior produtora de petróleo da Rússia, disse nesta segunda-feira que venderia seus ativos internacionais após sofrer sanções relacionadas à Ucrânia anunciadas na semana passada pelos Estados Unidos.
A venda planejada dos ativos é a ação de maior impacto até agora realizada por uma empresa russa na esteira das sanções ocidentais relativas à guerra da Rússia na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.
Segundo comunicado da Lukoil, a consideração das ofertas de compradores em potencial já começou.
Em 22 de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs sanções relacionadas à Ucrânia às maiores empresas petrolíferas da Rússia, a Lukoil e a Rosneft ROSN.MM.
Em 15 de outubro, o Reino Unido também sancionou a Lukoil e a Rosneft, bem como 44 navios-tanque da chamada "frota sombra", que consiste principalmente em navios-tanque antigos com propriedade obscura, no que descreveu como uma nova tentativa de endurecer as sanções no setor de energia e sufocar a receita do Kremlin.
A Lukoil, com sede em Moscou, é responsável por cerca de 2% da produção global. Seu nome deriva de três cidades petrolíferas na região de exploração tradicional da Lukoil na Sibéria Ocidental: Langepas, Urai e Kogalym.
A empresa não identificou os ativos específicos a serem vendidos.
Seu maior ativo estrangeiro é o campo de petróleo iraquiano West Qurna 2, um dos maiores do mundo, no qual detém uma participação de 75%.
A produção do campo de petróleo ultrapassou 480.000 bpd em abril, segundo a agência de notícias russa Interfax.
A empresa é proprietária da refinaria Lukoil Neftohim Burgas, de 190.000 bpd, na Bulgária, a maior dos Bálcãs, bem como da refinaria de petróleo Petrotel, na Romênia.
A Lukoil fornece petróleo para a Hungria e a Eslováquia, bem como para a refinaria Star, da Turquia, de propriedade da Socar, do Azerbaijão, que depende em grande parte do petróleo bruto russo.
A empresa também tem participação em terminais de petróleo, bem como em cadeias de varejo de combustíveis na Europa, e tem vários projetos de upstream e downstream na Ásia Central, incluindo no Cazaquistão, na África e na América Latina.
(Reportagem da Reuters)
((Tradução Redação Rio de Janeiro))
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