
Por Emma Farge
GENEBRA, 24 Out (Reuters) - A agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) planeja cortar alguns postos e está revendo suas prioridades, já que dezenas de países, incluindo os Estados Unidos, estão atrasados com suas contribuições, confirmou um porta-voz da entidade nesta sexta-feira.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), criada em 1951 para coordenar dados globais para previsões meteorológicas, criou uma força-tarefa de revisão esta semana durante uma reunião em Genebra com o objetivo de melhorar os sistemas de alerta precoce para desastres climáticos mortais.
A OMM, cujo orçamento é separado do das Nações Unidas, começou a se reestruturar em agosto para cortar custos em meio a reformas mais amplas da ONU, mesmo com a aceleração da mudança climática causada pelo homem aumentando o risco de mortes relacionadas ao clima, especialmente nos países em desenvolvimento onde faltam sistemas de alerta precoce.
A OMM prevê o corte de 26 postos de trabalho e a redução de viagens, de acordo com um documento orçamentário visto pela Reuters.
"Precisamos ter certeza de que somos adequados ao nosso propósito e que podemos enfrentar o futuro", disse a porta-voz Clare Nullis em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira.
Ela disse que uma força-tarefa começará em janeiro para "ajustar" o trabalho da OMM com base nas atuais restrições de financiamento, bem como em novas oportunidades, como o uso de inteligência artificial em previsões meteorológicas.
Os pagamentos atrasados pendentes para a OMM somam cerca de 48 milhões de francos suíços (US$60 milhões) até o final de agosto, segundo um documento da OMM, o que equivale a dois terços de seu orçamento anual.
Os Estados Unidos devem mais de 30 milhões de francos suíços (US$38 milhões).
O Departamento de Estado dos EUA não respondeu a um pedido de comentário. Os delegados dos EUA participaram do congresso.
Sob o comando do presidente norte-americano, Donald Trump, Washington anunciou que está deixando alguns órgãos da ONU, bem como o Acordo Climático de Paris apoiado pela ONU para desacelerar as mudanças climáticas, e está atrasado no pagamento de outros.
Trump tem questionado repetidamente a eficácia, o custo e a responsabilidade dos órgãos internacionais, argumentando que muitas vezes eles não atendem aos interesses dos EUA.
(Reportagem de Emma Farge)
((Tradução Redação São Paulo))
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