
Por David Shepardson
WASHINGTON, 1 Out (Reuters) - O governo federal está retendo US$18 bilhões para o projeto de reconstrução do túnel Hudson e para o metrô da Segunda Avenida, dois dos maiores projetos de construção da cidade de Nova York, informou o chefe de orçamento da Casa Branca nesta quarta-feira.
A retenção foi anunciada horas depois do início da paralisação parcial do governo e é o mais recente esforço para pressionar os democratas no Congresso sobre a paralisação.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, de Nova York, tem sido um forte defensor de ambos os projetos.
"Aproximadamente US$18 bilhões em projetos de infraestrutura da cidade de Nova York foram suspensos para garantir que o financiamento não esteja fluindo com base nos princípios inconstitucionais de DEI", disse o diretor do Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca, Russ Vought, no X, referindo-se aos esforços de diversidade, equidade e inclusão.
O Departamento de Transportes dos EUA (USDOT) disse que não processaria um reembolso de US$300 milhões para o projeto do metrô enquanto se aguarda uma revisão administrativa, acrescentando que isso levará mais tempo porque a equipe responsável por conduzir a revisão foi dispensada temporariamente durante a paralisação.
Em seu comunicado, o USDOT culpou Schumer e o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, de Nova York, pela paralisação.
O projeto do túnel do Rio Hudson, no valor de US$17,2 bilhões -- que recebeu mais de US$11 bilhões em subsídios federais -- está reparando um túnel existente e construindo um novo para a ferrovia de passageiros Amtrak e para as linhas estaduais de transporte de passageiros entre Nova Jersey e Manhattan.
Qualquer falha no atual túnel do Hudson, que foi muito danificado durante a Supertempestade Sandy, em 2012, prejudicaria os deslocamentos na área metropolitana que produz 10% da produção econômica do país.
O governo Biden concedeu US$3,4 bilhões para o projeto do metrô da Segunda Avenida, que estende a linha para fornecer um serviço de transporte melhorado para o Harlem.
O USDOT disse que enviou cartas a Nova York sobre o estado da análise que está determinando se o Estado está envolvido em práticas discriminatórias.
A Amtrak, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, e Schumer não comentaram imediatamente. Trump, um ex-incorporador imobiliário da cidade de Nova York, recusou-se a aprovar o financiamento dos projetos em seu primeiro mandato.
O USDOT também tem ameaçado repetidamente o financiamento do transporte público de Nova York.
Em agosto, o departamento disse que pode reter 25% do financiamento federal de transporte para a Autoridade de Transporte Metropolitano do Estado de Nova York se a agência não melhorar a segurança dos trabalhadores de manutenção dos trilhos do metrô.
O governo Trump também está tentando acabar com o programa de Manhattan, introduzido no início deste ano, projetado para reduzir o tráfego e arrecadar bilhões em fundos para o transporte de massa.
(Reportagem de Doina Chiacu e David Shepardson)
((Tradução Redação São Paulo))
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