19 Set (Reuters) - Parlamentares da Câmara dos EUA, Don Bacon e Ro Khanna, apresentarão uma legislação bipartidária que isentaria os produtos de café de quaisquer tarifas, disseram porta-vozes dos legisladores à Reuters na sexta-feira.
O Brasil costumava fornecer um terço de todo o café utilizado nos Estados Unidos, mas os embarques diminuíram desde que uma tarifa de 50% foi imposta às importações brasileiras no final de julho.
"As famílias de todos os Estados Unidos estão sentindo o custo dos preços mais altos do café, que já subiram 21%, e a imposição de tarifas sobre um produto que não podemos cultivar em grande escala comercial só piora a situação", disse o legislador republicano Bacon.
Os preços do café torrado nos supermercados dos EUA subiram 20,9% em agosto em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics.
"Estou ansioso para trabalhar com o deputado Khanna para apresentar esse projeto de lei bipartidário e acredito que ele pode ajudar a desencadear um debate mais amplo sobre o Congresso, recuperando seu papel constitucional na política tarifária", acrescentou Bacon, uma das poucas vozes republicanas no Congresso que assumiu posições independentes do presidente Donald Trump.
Os preços do café arábica, a variedade suave mais usada por cadeias de café como a Starbucks SBUX.O e a Dunkin Donuts, subiram cerca de 50% na bolsa de Nova York desde que o governo Trump impôs sua tarifa sobre as importações brasileiras, incluindo o café verde.
"Se você toma café todas as manhãs, como pode não ficar chateado com isso?" Disse Khanna, que é democrata, à Reuters, referindo-se ao aumento de preços.
O projeto de lei busca isentar o café de quaisquer tarifas impostas após 19 de janeiro de 2025, incluindo café torrado e descafeinado, bem como cascas de café e substitutos do café que contenham café em qualquer proporção.
Um porta-voz de Khanna disse à Reuters que a legislação seria apresentada na sexta-feira.
O Washington Post noticiou pela primeira vez a apresentação do projeto de lei.
(Reportagem de Anusha Shah, Preetika Parashuraman, Abu Sultan, Gnaneshwar Rajan em Bengaluru e Kanjyik Ghosh em Barcelona)
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS