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Preços do café se aproximam de recorde em NY em meio a tarifas e clima no Brasil

Reuters16 de set de 2025 às 19:21

Por Marcelo Teixeira e Nigel Hunt

- Os preços dos contratos futuros do café negociados na bolsa Intercontinental de Nova York aproximaram-se de um recorde histórico nesta terça-feira, com o mercado continuando a subir em meio às tarifas dos EUA e a um setembro seco no Brasil, que pode prejudicar a produção em 2026.

Os contratos futuros do café arábica KCc2 atingiram mais cedo a máxima da sessão de US$4,24 por libra-peso, maior nível em sete meses e não muito distante do pico histórico de US$4,29 por libra-peso para o contrato mais líquido atingido no início deste ano.

Os contratos futuros caíram no final da sessão, com os investidores realizando lucros. O arábica fechou em queda de 2%, a US$4,0935/libra-peso.

O café é um dos itens que estão mantendo os preços dos alimentos nos Estados Unidos persistentemente altos. O Federal Reserve está se reunindo na terça e quarta-feira para decidir sobre um possível corte nas taxas, dependendo de sua avaliação dos dados da inflação, entre outros fatores.

Os preços do café arábica, a variedade suave usada principalmente por cadeias de cafeterias como Starbucks SBUX.O e Dunkin Donuts, subiram cerca de 50% na ICE desde que o governo Trump aplicou uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras no final de julho, incluindo o café verde.

Os preços do café torrado nos supermercados dos EUA subiram 20,9% em agosto em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics.

O país sul-americano costumava fornecer um terço de todo o café usado nos EUA, mas os embarques diminuíram desde as tarifas, fazendo com que os torrefadores locais se apoderassem dos suprimentos disponíveis, inclusive dos estoques certificados na bolsa.

"Os fundos especulativos agora veem dois alvos claros: torrefadores com cobertura insuficiente; comércio e produtores sob forte pressão de margem, sendo forçados a aumentar os hedges", disse a Cardiff Coffee Trading, sediada nos EUA, em uma nota aos clientes.

A Cardiff se refere ao fato de que o setor cafeeiro dos EUA se atrasou na cobertura em meio à situação tarifária. Enquanto isso, os comerciantes e produtores, que normalmente assumem uma posição vendida em futuros, estão liquidando-os para evitar o pagamento de grandes margens à bolsa, um movimento que faz os preços subirem. Os fundos estão aproveitando a oportunidade para aumentar suas compras.

"Atribuo a maior parte dessa recente alta de preços às tarifas e à consequente interrupção na cadeia de suprimentos", disse o corretor de café da StoneX, Tomas Araujo, acrescentando que também há preocupações com o clima no Brasil.

O mês tem sido seco no Brasil. As chuvas são necessárias em breve para estimular a fase de floração dos cafeeiros, uma etapa fundamental para determinar a carga de frutos no próximo ano.

O café robusta LRCc2 caiu 1,3%, para US$ 4.781 a tonelada métrica.

Em outras commodities soft, o cacau em Londres LCCc1 caiu 2,1%, para 5.107 libras por tonelada, enquanto o cacau em Nova York CCc1 perdeu 3,6%, para US$ 7.371 a tonelada.

O açúcar bruto SBc1 recuou 0,6%, a 15,90 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o açúcar branco LSUc1 teve pouca alteração, a US$ 465,80/tonelada.

(Reportagem de Marcelo Teixeira em Nova York e Nigel Hunt em Londres)

((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS

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