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Índia e UE se esforçam para fechar lacunas em negociações comerciais à medida que prazo final se aproxima

Reuters9 de set de 2025 às 11:53

Por Philip Blenkinsop e Manoj Kumar

- A Índia e a União Europeia estão realizando negociações comerciais potencialmente decisivas em Nova Délhi nesta semana, buscando resolver as diferenças sobre agricultura, laticínios e barreiras não tarifárias para cumprir o ambicioso prazo do final do ano para um acordo, disseram fontes do governo indiano e da UE.

Nova Délhi está buscando aprofundar as parcerias globais depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dobrou as tarifas sobre os produtos indianos para 50% no mês passado por causa das compras de petróleo russo pela Índia, atingindo exportações como têxteis, couro e produtos químicos.

As negociações, relançadas em 2022, ganharam ritmo desde a reeleição de Trump. Bruxelas também, diante das tarifas de Trump, acelerou seu impulso para alianças comerciais, fechando acordos com o México e com o Mercosul e intensificando as negociações com a Índia, a Indonésia e os Emirados Árabes Unidos.

Um pacto com a UE também poderia aproximar a Índia do Ocidente, após o desconforto com a recente visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, à China para uma cúpula com a presença do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e outros líderes.

"As conversações com a UE estão progredindo bem", disse uma fonte do governo indiano, citando o telefonema de Modi com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na semana passada, quando ambos os líderes se comprometeram a concluir um acordo este ano.

Até o momento, 11 dos 23 capítulos em negociação foram finalizados, abrangendo alfândega, comércio digital, propriedade intelectual, concorrência, subsídios, solução de controvérsias e medidas antifraude, disse a fonte.

Mas ainda há pontos de atrito.

A Índia descartou concessões sobre agricultura e laticínios, citando os meios de subsistência dos agricultores, enquanto a UE está pressionando por maior acesso ao mercado indiano de automóveis e bebidas alcoólicas.

As diferenças também persistem nas regras de origem, nos padrões de segurança alimentar, nas obrigações trabalhistas e ambientais e no que Bruxelas considera como ordens restritivas de controle de qualidade indianas que atuam como barreiras não tarifárias, disse uma autoridade da UE.

As fontes falaram sob condição de anonimato, pois os detalhes sobre as negociações comerciais não são públicos.

O Ministério do Comércio da Índia e o escritório da UE em Nova Délhi não responderam imediatamente aos pedidos de comentários por e-mail.

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS ES

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