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Exportação de milho do Brasil em agosto tem maior volume mensal em quase 2 anos, diz Secex

Reuters4 de set de 2025 às 19:59

Por Roberto Samora

- A exportação de milho do Brasil em agosto cresceu 13% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 6,85 milhões de toneladas, o maior volume mensal desde novembro de 2023, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) publicados nesta quinta-feira.

Naquele mês, o Brasil, segundo maior exportador global de milho, exportou 7,4 milhões de toneladas do cereal.

Os maiores embarques no mês passado foram impulsionados por uma segunda safra recorde neste ano, mas ficaram abaixo das expectativas divulgadas na semana anterior pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Ainda assim, a Anec afirmou em relatório nesta quinta-feira que as exportações do cereal ganharam "fôlego" em agosto, em período em que elas são tradicionalmente mais fortes com a chegada da safra.

"Os principais importadores tradicionais começaram a intensificar suas compras, e o perfil dos destinos mensais já mostra sinais de diversificação. Países como Egito, Vietnã e Irã vêm ampliando seus volumes, aproveitando a maior oferta e a competitividade dos preços do milho brasileiro", disse a Anec.

A associação notou que a China, com maiores estoques, deverá demandar menos milho importado este ano, mas retomou suas compras em agosto, acumulando 707 mil toneladas no ano até o mês passado, ou 4% do total exportado pelo Brasil em 2025. O maior comprador é o Irã, respondendo por 22% das exportações.

De outro lado, o milho brasileiro tem sofrido "forte concorrência" do cereal dos Estados Unidos, que projeta uma safra recorde em 2025, o que tem limitado o ritmo das vendas externas do Brasil, notou relatório do Rabobank esta semana.

Os dados de exportações de commodities agrícolas do Brasil também confirmaram exportações fortes de carne bovina in natura, com aumento de 23,5% ante o mesmo período do ano passado, para quase 270 mil toneladas, no mês em que o México passou a ocupar o posto de segundo maior destino, superando os Estados Unidos, segundo dados da associação Abiec divulgados anteriormente.

Esse movimento acontece diante das tarifas mais elevadas para a carne bovina brasileira, enquanto o Brasil, maior exportador mundial, conta com um rearranjo das exportações globais diante do tarifaço de Donald Trump e trabalha para avançar em outros mercados.

No caso do café, que também foi taxado pelo governo norte-americano, a queda foi de 31% em agosto, para cerca de 143 mil toneladas, com exportadores brasileiros afirmando que importadores dos EUA pediram postergação de embarques diante das incertezas geradas pelas tarifas.

Além do milho e da carne bovina, outro destaque positivo das exportações foi o açúcar, que registrou a maior exportação mensal em quase um ano, com 3,74 milhões de toneladas, com usinas do centro-sul destinando mais cana para a produção do adoçante. Em agosto do ano passado, foram 3,9 milhões de toneladas.

Já a exportação de carne de aves do Brasil teve em agosto a primeira alta mensal em relação ao mesmo mês do ano passado desde março, segundo dados da Secex, após o setor ter sido afetado em boa parte do ano por embargos decorrentes de um caso de gripe aviária em maio.

Os embarques de carne de aves in natura aumentaram 5,1% em agosto ante o mesmo mês do ano passado, para 374 mil toneladas, já com a maior parte dos importadores retomando as compras.

Veja a seguir tabela com outros dados das exportações das principais commodities do país:

Commodity Agosto 2025 Agosto 2024

Petróleo 9,01 MI T 6,98 MI T

Minério de ferro 40,21 MI T 34,24 MI T

Soja 9,34 MI T 8,04 MI T

Milho 6,85 MI T 6,06 MI T

Café verde 0,14 MI T 0,21 MI T

Açúcar bruto 3,74 MI T 3,92 MI T

Carne bovina 0,27 MI T 0,22 MI T

Carne de aves 0,37 MI T 0,36 MI T

Celulose 1,67 MI T 1,23 MI T

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