Por Timothy Gardner
WASHINGTON, 23 Jul (Reuters) - O governo Trump cancelou nesta quarta-feira uma garantia de empréstimo para o projeto de transmissão Grain Belt Express, para enviar energia eólica e solar do Kansas para cidades no Centro-Oeste e no Leste dos Estados Unidos.
Os agricultores norte-americanos se opuseram à garantia condicional de empréstimo de US$4,9 bilhões iniciada pelo governo do ex-presidente Joe Biden, principalmente devido ao fato de o Grain Belt ter registrado dezenas de petições de domínio eminente -- ou aquisição compulsória -- contra proprietários de terras estaduais.
O projeto de 800 milhas (1.290 km), apoiado pela empresa privada Invenergy, foi descrito pela companhia como a segunda maior linha de transmissão da história dos EUA e uma "espinha dorsal de segurança energética" nacional, que conectaria quatro regiões da rede, incluindo a PJM Interconnection -- a maior rede dos EUA que abrange estados de Illinois a Nova Jersey.
O Escritório de Programas de Empréstimo do Departamento de Energia, ou LPO, emitiu a garantia condicional do empréstimo em novembro. O departamento afirmou em um comunicado nesta quarta-feira que considerou improvável que as condições necessárias para a emissão da garantia fossem atendidas e que "não é fundamental que o governo federal tenha um papel no apoio a este projeto".
A Invenergy não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O projeto também teria apoiado a política de "domínio energético" do presidente Donald Trump, visando maximizar a produção de energia.
Em 9 de maio, a Casa Branca elogiou o investimento de US$1,7 bilhão da Invenergy no projeto, em uma "lista de vitórias" que impulsiona a economia norte-americana e reforça a segurança nacional.
Mas a Grain Belt também entrou em conflito com a oposição do governo às fontes de energia renováveis, que ele considera pouco confiáveis e caras em comparação aos combustíveis fósseis. Trump recorreu à LPO apenas para energia nuclear em seu primeiro mandato.
O Departamento de Energia informou que está revisando créditos, incluindo os US$85 bilhões em empréstimos fechados e compromissos condicionais que a LPO assumiu entre a vitória de Trump nas eleições, em novembro, e seu retorno ao cargo, em janeiro.
(Reportagem de Timothy Gardner e Bhargav Acharya; texto de Maiya Keidan)
((Tradução Redação São Paulo))
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