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Trump visita zona de inundação no Texas e defende resposta do governo a desastres

Reuters11 de jul de 2025 às 23:47

Por Trevor Hunnicutt e Maria Alejandra Cardona

- O presidente dos EUA, Donald Trump, fez uma defesa nesta sexta-feira da resposta estadual e federal às inundações no Texas, ao visitar a região atingida de Hill Country, onde pelo menos 120 pessoas, incluindo dezenas de crianças, morreram há uma semana.

Durante uma mesa redonda após visitar o condado de Kerr, o epicentro do desastre, Trump elogiou o governador do Texas, Greg Abbott, e a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, por sua resposta, dizendo que ambos fizeram um "trabalho incrível".

O governo Trump, assim como autoridades locais e estaduais, tem enfrentado crescentes questionamentos sobre se mais poderia ter sido feito para proteger e alertar os moradores antes das enchentes, que ocorreram com uma velocidade surpreendente na madrugada de 4 de julho, feriado do Dia da Independência dos EUA.

Trump reagiu com raiva quando um repórter disse que algumas famílias afetadas pelas enchentes expressaram frustração porque os alertas não foram emitidos antes.

"Acho que todos fizeram um trabalho incrível nessas circunstâncias", disse. "Não sei quem você é, mas só uma pessoa muito má faria uma pergunta dessas."

Alguns críticos questionaram se os cortes de gastos do governo no Serviço Nacional de Meteorologia e na Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês), que coordena os esforços de resposta a desastres do governo dos EUA, podem ter agravado a calamidade.

Autoridades do governo disseram que os cortes não tiveram impacto na capacidade de prever as tempestades.

Trump tem evitado as questões sobre seus planos de reduzir ou abolir a Fema, redistribuindo muitas de suas principais funções aos governos estaduais e locais.

"Eu te conto em outra ocasião", disse Trump na terça-feira, quando questionado por um repórter sobre a agência.

Antes da inundação mais recente, o condado de Kerr se recusou a instalar um sistema de alerta prévio após não conseguir obter dinheiro do estado para cobrir o custo.

Lawrence Walker, 67, morador veterano de Kerrville há quase três décadas, disse que o condado e o estado não gastaram o suficiente na prevenção de desastres.

DEZENAS DE PESSOAS DESAPARECIDAS

Nesta sexta-feira, as equipes de busca ainda vasculhavam os destroços lamacentos espalhados por partes da região de Hill Country, no centro do Texas, procurando pelas dezenas de pessoas ainda listadas como desaparecidas, mas nenhum sobrevivente foi encontrado desde o dia das enchentes.

Fortes chuvas fizeram com que uma muralha de água inundasse o rio Guadalupe na manhã de 4 de julho, causando o desastre mais mortal dos quase seis meses de mandato do presidente republicano.

Enquanto o sol aparecia por entre as nuvens escuras na manhã desta sexta-feira, equipes de busca usando capacetes caminhavam meticulosamente, centímetro por centímetro, ao longo das margens destruídas do rio, marcando os danos e examinando os destroços.

Depois que Trump chegou ao condado de Kerr no início da tarde, ele, a primeira-dama Melania Trump e o governador do Texas, Greg Abbott, dirigiram até uma área perto do rio, onde o presidente recebeu instruções dos socorristas em meio aos destroços deixados pela enchente.

O condado está em um local de enchentes repentinas, onde já ocorreram alguns dos incidentes mais mortais do país.

Mais de 30 centímetros de chuva caíram em menos de uma hora em 4 de julho. Os medidores de enchente mostraram que a altura do rio subiu de cerca de 30 centímetros, para 10,4 metros, em questão de horas, inundando as margens e varrendo árvores e estruturas pelo caminho.

Autoridades do condado de Kerr dizem que mais de 160 pessoas continuam desaparecidas, embora especialistas digam que números assim após desastres costumam ser inflados.

Entre os mortos estão pelo menos 36 crianças, muitas das quais eram campistas do quase centenário Camp Mystic, um retiro de verão cristão só para meninas, às margens do rio.

(Reportagem de Trevor Hunnicutt e Maria Alejandra Cardona em Kerrville; reportagem adicional de Nicole Johnson, Kevin Lamarque e Rich McKay; texto de Joseph Ax)

((Tradução Redação São Paulo)

REUTERS FDC

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