VIENA, 4 Jul (Reuters) - Todas as linhas de energia externas que fornecem eletricidade para a Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, ocupada pela Rússia, foram desligadas nesta sexta-feira, disse o órgão de vigilância nuclear da ONU, e a Ucrânia culpou o bombardeio russo por cortar a última linha de energia.
A maior usina nuclear da Europa, que não está operando, mas ainda precisa de energia para manter seu combustível nuclear resfriado, passou a funcionar com geradores a diesel, informou a Agência Internacional de Energia Atômica.
A AIEA alertou várias vezes sobre o risco de um acidente catastrófico em Zaporizhzhia, que está localizada perto da linha de frente da guerra na Ucrânia. Seus seis reatores estão desligados, mas o combustível nuclear dentro deles ainda precisa ser resfriado, o que requer energia constante.
"A ZNPP da Ucrânia perdeu toda a energia fora do local às 17h36 de hoje, a 9ª vez durante o conflito militar e a primeira desde o final de 2023", disse a AIEA no X. "A ZNPP atualmente depende da energia de seus geradores a diesel de emergência, destacando (a) situação de segurança nuclear extremamente precária."
O ministro da Energia da Ucrânia, German Galuschenko, escreveu no Telegram que um ataque russo havia desconectado a usina.
"O inimigo atingiu a linha de energia que conecta a (Usina Nuclear de) Zaporizhzhia, temporariamente ocupada, com o sistema de energia integrado da Ucrânia."
Nem a AIEA nem a gerência da usina instalada pela Rússia citaram inicialmente uma causa para o corte.
"As razões para a desconexão estão sendo esclarecidas. O equipamento na estação está em um estado seguro e sob o controle da equipe. Não foram observadas violações das condições de segurança", disse a gerência instalada pela Rússia.
(Reportagem de François Murphy, Ronald Popeski)
((Tradução Redação São Paulo))
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