Por Stephanie Kelly
NOVA YORK, 2 Jul (Reuters) - Os preços do petróleo subiram 3% nesta quarta-feira após o Irã suspender a cooperação com o órgão de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas e depois de os Estados Unidos e o Vietnã chegarem a um acordo comercial.
Entretanto, um aumento surpreendente na oferta de petróleo dos EUA limitou um pouco os ganhos de preços.
O petróleo Brent LCOc1 fechou com alta de US$2,00, ou 3%, a US$69,11 por barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate dos EUA CLc1 subiu US$2,00, ou 3,1%, a US$67,45 por barril.
O Brent foi negociado entre uma máxima de US$69,21 por barril e uma mínima de US$66,34 desde 25 de junho, já que as preocupações com interrupções no fornecimento no Oriente Médio diminuíram após um cessar-fogo entre o Irã e Israel.
O Irã promulgou uma lei que estipula que qualquer inspeção futura de suas instalações nucleares pela Agência Internacional de Energia Atômica precisará da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional de Teerã. O país acusou a agência de estar do lado dos países ocidentais e de fornecer uma justificativa para os ataques aéreos de Israel.
"O mercado está precificando um certo prêmio de risco geopolítico decorrente da ação do Irã sobre a AIEA", disse Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS. "Mas isso é uma questão de sentimento, não há interrupções no petróleo."
Os preços também subiram depois que o presidente Donald Trump e a mídia estatal vietnamita disseram que os EUA e o Vietnã haviam fechado um acordo comercial que estabelece tarifas de 20% sobre muitas das exportações do país do sudeste asiático, após negociações de última hora.
"O apetite pelo risco parece encorajado por um aparente acordo tarifário entre os EUA e o Vietnã hoje", disseram analistas da empresa de consultoria em energia Ritterbusch and Associates em uma nota.
Os preços reduziram os ganhos no início da sessão, depois que a Administração de Informações sobre Energia dos EUA disse que os estoques domésticos de petróleo aumentaram em 3,8 milhões de barris, para 419 milhões de barris na semana passada. Os analistas, em uma pesquisa da Reuters, esperavam uma redução de 1,8 milhão de barris. A demanda por gasolina caiu para 8,6 milhões de barris por dia, gerando preocupações sobre o consumo na alta temporada de verão.
(Reportagem de Stephanie Kelly em Nova York; reportagem adicional de Laila Kearney em Nova York, Anna Hirtenstein em Londres, Sudarshan Varadhan e Trixie Yap em Cingapura)
((Tradução Redação Rio de Janeiro)) REUTERS MN