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UE quer alívio inicial para setores-chave em qualquer acordo comercial com EUA, dizem fontes

Reuters1 de jul de 2025 às 13:09

Por Julia Payne e Philip Blenkinsop

- A União Europeia quer um alívio imediato das tarifas comerciais para setores-chave como parte de qualquer acordo comercial com os Estados Unidos, que deve ser concluído até o dia 9 de julho, mas o bloco espera que até mesmo um acordo na melhor das hipóteses inclua um grau de assimetria, disseram diplomatas da UE à Reuters.

A Comissão Europeia, que coordena a política comercial da UE, está defendendo três pontos-chave em Washington nesta semana, mesmo aceitando a tarifa básica de 10% dos EUA como inevitável.

Os dois lados estão trabalhando para chegar a um acordo em princípio, com os detalhes finais a serem resolvidos posteriormente. Em um breve documento de negociação enviado por Washington na semana passada, o governo Trump apresentou apenas o que espera de Bruxelas, sem nenhuma concessão própria, segundo diplomatas da UE informados sobre o assunto.

Para qualquer acordo, Bruxelas quer em troca uma redução das tarifas básicas para os níveis anteriores a Trump ou uma tarifa zero por zero nos casos em que ela existia.

Isso significa especificamente tarifas mais baixas para bebidas alcoólicas e tecnologia médica, sobre as quais os EUA aplicam sua tarifa de 10%.

A UE também quer um acordo que abranja aeronaves comerciais e peças, produtos farmacêuticos e semicondutores, setores que os EUA estão investigando, mas sobre os quais ainda não impuseram tarifas extras. Trump disse em junho que as tarifas farmacêuticas seriam anunciadas "muito em breve".

Em segundo lugar, a UE quer uma concessão de Trump sobre a tarifa de 25% sobre carros e peças automotivas, disseram os diplomatas, e uma redução imediata das tarifas de importação de aço e alumínio dos EUA, que Trump elevou para 50% em junho.

Um diplomata disse que os carros são uma "linha vermelha" para o bloco. No entanto, Bruxelas e Washington têm objetivos conflitantes, pois Trump quer reavivar a produção de automóveis dos EUA, enquanto Bruxelas quer mercados abertos para seu setor, que está lutando contra os altos custos de energia e a concorrência da China.

Em terceiro lugar, a UE quer que o alívio tarifário comece assim que um acordo inicial for alcançado, em vez de esperar semanas ou meses por um acordo final. Vários membros da UE disseram que um acordo sem isso seria inaceitável, segundo as fontes.

O chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, e o chefe de gabinete do presidente da Comissão Europeia, Bjoern Seibert, vão a Washington no final desta semana na esperança de chegar a um acordo.

Trump suspendeu as tarifas mais altas até 9 de julho para fechar acordos com parceiros comerciais globais. Ele disse que os países sem acordos verão as tarifas básicas de 10% dos EUA sobre os produtos aumentarem para taxas de até 50%. Para a UE, essa taxa é de 20%, embora Trump também tenha ameaçado aplicar uma tarifa de 50% sobre todas as importações da UE.

Uma semana antes do prazo final, a Comissão informou aos 27 Estados membros que todos os resultados ainda eram possíveis, desde um acordo-quadro bem-sucedido até tarifas mais altas dos EUA abrangendo setores adicionais, disseram os diplomatas.

Se sua meta de alívio tarifário inicial não se concretizar, Bruxelas terá que escolher entre aceitar desequilíbrios significativos ou responder com contramedidas.

Outro cenário poderia ser uma extensão do prazo. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse na segunda-feira que qualquer prorrogação seria uma decisão de Trump, com acordos a serem concluídos até 1º de setembro.

(Reportagem de Julia Payne e Philip Blenkinsop)

((Tradução Redação São Paulo))

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