Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO, 23 Jun (Reuters) - A Petrobras PETR4.SA observa os desdobramentos no mercado de petróleo causados pelo conflito entre Israel e Irã, assim como ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares do país persa, no final de semana, mas avalia que por ora não deve mudar os preços dos combustíveis, disseram duas fontes da empresa.
Essas pessoas citaram que o mercado está bastante volátil, e que a empresa aguarda uma mudança de patamar do petróleo Brent antes de fazer qualquer mudança nos valores.
Nesta segunda-feira, o petróleo Brent chegou a atingir nova máxima de cinco meses, a US$81,40/barril, antes de devolver ganhos e operar próximo a uma estabilidade, a cerca de US$77.
"Está todo mundo preocupado nesse momento geopolítico... Não há dúvida. O que a gente tem aí, estamos olhando atentamente, é como é que o preço do Brent vai se comportar. O importante é que com a nossa política a gente removeu a volatilidade. Removeu a volatilidade, não preciso sair correndo, fazendo um ajuste", disse uma das fontes, na condição de anonimato.
Se o Brent subir e ficar na faixa de US$80 o barril por um período mais longo, a Petrobras não teria alternativa, senão realizar algum reajuste.
Uma outra fonte destacou que ainda "não temos um patamar estabelecido".
"O petróleo está a US$75 somente pelas tensões políticas, e se resolvidas ou atenuadas volta ao patamar US$65", avaliou.
A fonte lembrou que o câmbio e o preço do petróleo não são os únicos parâmetros para a Petrobras reajustar os combustíveis, mas também a competitividade das suas próprias cotações frente a concorrentes.
No início do mês, antes de o conflito atual no Oriente Médio se acirrar, a Petrobras reduziu em 5,6% o preço médio da gasolina vendida a distribuidoras, no primeiro corte de valores deste combustível desde outubro de 2023.
Na oportunidade, o petróleo Brent estava cotado a aproximadamente US$65 o barril, cerca de US$15 mais baixo em relação ao pico do ano, visto em janeiro.
Com relação ao diesel, a empresa realizou este ano três reduções no preço médio do produto comercializado a distribuidoras.
Mais recentemente, com a alta do petróleo, a defasagem de preço da Petrobras em relação ao produto importado está em quase 20% para o diesel e em 9% para a gasolina, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
A Petrobras não comentou o assunto imediatamente.