Por Kylie Madry
CIDADE DO MÉXICO, 18 Jun (Reuters) - A Ternium TX.N, siderúrgica com grande atuação no México, pressionou nesta quarta-feira por termos mais fortes para um acordo comercial regional antes da revisão que está pendente, apesar dos atuais obstáculos causados pelas tarifas sobre o aço impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
POR QUE É IMPORTANTE
As exportações do México para os Estados Unidos, no âmbito do acordo comercial EUA-México-Canadá (USMCA), estão atualmente isentas de tarifas, embora os produtos de aço estejam sujeitos a uma tarifa de 50%.
Os EUA e o México estão negociando um acordo para reduzir ou eliminar essas tarifas de aço sobre as importações até um determinado volume, noticiou a Reuters na semana passada.
CONTEXTO
O acordo comercial USMCA está para ser revisado no próximo ano, mas algumas autoridades acreditam que isso possa acontecer antes. Em uma apresentação para analistas em Nova York nesta quarta-feira, a Ternium pressionou por "regras de origem" mais rigorosas como parte da revisão, para proteger a região contra o que chamou de comércio desleal.
Siderúrgicas têm acusado a China de praticar o chamado dumping, vendendo seus produtos no exterior abaixo do valor de mercado. Esses produtos podem ser enviados por meio de outro país antes de chegar ao destino final, por vezes tornando sua origem incerta.
CITAÇÃO
"Embora a administração reconheça os efeitos adversos sobre a economia global, eles consideram as (tarifas) dos EUA benéficas para a globalização de longo prazo", disseram os analistas do J.P. Morgan em nota a clientes.
NÚMEROS
Os EUA enviaram 2,28 milhões de toneladas de aço a mais para o México do que o México enviou para os EUA em 2024, disse a Ternium, embora o governo dos EUA tenha acusado o México anteriormente de inundar seu mercado interno com o material.
O QUE ESPERAR
A Ternium está buscando aumentar sua participação no mercado local do México nos próximos anos, de acordo com a administração da companhia. No Brasil, a empresa disse que as importações chinesas continuam a pressionar o mercado.
A Ternium também poderia adquirir as ações remanescentes que não possui na Usiminas USIM5.SA, disseram os analistas do J.P. Morgan, embora isso não seja uma prioridade no momento.
(Reportagem de Kylie Madry)
((Tradução Redação São Paulo))
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