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AIE oferece estoques emergenciais de petróleo, mas a Opep não vê necessidade

Reuters13 de jun de 2025 às 14:42

Por Ahmad Ghaddar

- O órgão de fiscalização de energia do Ocidente disse nesta sexta-feira que estava pronto para liberar estoques de petróleo caso o mercado sofresse escassez após o ataque de Israel ao Irã, atraindo críticas da Opep, que disse que a declaração só criaria medo no mercado.

Nos últimos anos, a Agência Internacional de Energia (AIE), que representa os consumidores de petróleo, e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que representa alguns dos principais produtores de petróleo do mundo, entraram em conflito sobre as trajetórias da demanda global de petróleo e o ritmo da transição energética.

O diretor-executivo da AIE, Fatih Birol, disse que, embora o mercado de petróleo estivesse bem abastecido, a agência estaria pronta para agir, se necessário, acrescentando que o sistema de segurança de petróleo da agência mantinha 1,2 bilhão de barris de petróleo em reservas estratégicas e de emergência.

O secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, criticou a declaração de Birol, dizendo que ela "gera alarmes falsos e projeta uma sensação de medo no mercado ao repetir a necessidade desnecessária de usar potencialmente os estoques de emergência de petróleo".

Ele disse que não houve nenhum desenvolvimento na oferta ou na dinâmica do mercado que "justifique medidas desnecessárias".

Os preços do petróleo subiram acentuadamente depois que Israel lançou uma enxurrada de ataques no Irã nesta sexta-feira, dizendo que havia atacado instalações nucleares e fábricas de mísseis e matado uma grande quantidade de comandantes militares no que poderia ser uma operação prolongada para impedir que Teerã construísse uma arma atômica.

Os preços do petróleo foram negociados em alta de 7%, o maior aumento diário desde 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia.

Os Estados Unidos e seus aliados, em coordenação com a AIE, utilizaram pela última vez os estoques emergenciais de petróleo no início de 2022, após a invasão russa na Ucrânia, uma decisão que a Opep criticou fortemente na época.

Embora Israel tenha evitado atacar as instalações de energia do Irã, os participantes do mercado estão preocupados com a possibilidade de a situação se agravar ainda mais, causando danos à infraestrutura de energia no Irã ou em seus vizinhos, bem como um bloqueio do Estreito de Ormuz.

(Reportagem de Ashitha Shivaprasad em Bengaluru e Ahmad Ghaddar em Londres)

((Tradução Redação Rio de Janeiro)) REUTERS MN

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