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Negociações entre EUA e China sobre comércio em Londres devem se estender pelo 2º dia e Trump está otimista

Reuters10 de jun de 2025 às 00:04

Por Kate Holton e Alistair Smout e Andrea Shalal

- As negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China em Londres devem se estender pelo segundo dia, conforme autoridades econômicas das duas economias se reuniram nesta segunda-feira para tentar neutralizar uma disputa comercial que se estendeu de tarifas às restrições sobre terras raras, ameaçando um choque na cadeia global de oferta e um crescimento econômico mais lento.

As discussões em Lancaster House foram encerradas nesta segunda-feira e devem ser retomadas na manhã de terça-feira, disse uma fonte dos EUA familiarizada com as negociações.

Washington e Pequim estão tentando retomar o caminho de um acordo preliminar firmado no mês passado em Genebra, que reduziu brevemente as tensões comerciais e acalmou os mercados.

Desde então, os Estados Unidos acusaram a China de atrasar seus compromissos, principalmente no que diz respeito às remessas de terras raras.

O presidente dos EUA, Donald Trump, usou, nesta segunda-feira, um tom positivo para falar sobre as negociações, dizendo que estão indo bem e que ele está "recebendo apenas bons relatórios" de sua equipe em Londres.

"Estamos indo bem com a China. A China não é fácil", disse Trump, sem oferecer detalhes sobre a essência das discussões.

Questionado sobre a suspensão dos controles de exportação, Trump disse a repórteres na Casa Branca que "vamos ver".

O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse nesta segunda-feira que a equipe dos EUA queria um aperto de mão da China em relação às terras raras, depois que o presidente Donald Trump disse que o presidente chinês, Xi Jinping, havia concordado em retomar os embarques em uma rara ligação entre os dois presidentes na semana passada.

Hassett disse à CNBC em uma entrevista que os EUA esperam que os controles de exportação sejam flexibilizados e que as terras raras sejam liberadas em volume imediatamente após a reunião.

As negociações em Londres ocorrem em um momento crucial para ambas as economias, que estão mostrando sinais de tensão devido à série de ordens tarifárias de Trump desde seu retorno à Casa Branca em janeiro.

Dados alfandegários mostraram que as exportações da China para os EUA caíram 34,5% em maio em relação ao ano anterior, em termos de valor, a maior queda desde fevereiro de 2020, quando o surto da pandemia de Covid-19 afetou o comércio global.

Nos EUA, a confiança das empresas e das famílias foi abalada, enquanto o Produto Interno Bruto do primeiro trimestre contraiu devido a um aumento recorde nas importações, já que os norte-americanos anteciparam as compras para evitar os aumentos de preços previstos.

No entanto, por enquanto, o impacto sobre a inflação tem sido discreto e o mercado de trabalho tem se mantido razoavelmente resistente, embora economistas esperem que os problemas se tornem mais evidentes em meados do ano.

Participam das negociações em Londres o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer. O contingente chinês liderado pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng inclui o ministro do Comércio Wang Wentao e o negociador comercial chefe do ministério, Li Chenggang.

A inclusão de Lutnick, cuja agência supervisiona os controles de exportação para os EUA, é uma indicação de como as terras raras se tornaram centrais, e alguns analistas viram isso como um sinal de que Trump está disposto a colocar na mesa as restrições de exportação recentemente impostas pelo Departamento de Comércio.

A China detém quase o monopólio dos ímãs de terras raras, um componente crucial nos motores de veículos elétricos.

Lutnick não participou das negociações em Genebra, nas quais os países fecharam um acordo de 90 dias para reduzir algumas das tarifas de três dígitos que haviam imposto uns aos outros.

Trump e Xi conversaram por telefone na semana passada, sua primeira interação direta desde a posse de Trump em 20 de janeiro.

Durante a ligação, Xi disse a Trump para recuar das medidas comerciais que abalaram a economia global e o advertiu contra medidas ameaçadoras em relação a Taiwan, de acordo com um resumo do governo chinês.

Mas Trump disse nas mídias sociais que as conversas focadas principalmente no comércio levaram a "uma conclusão muito positiva", preparando o terreno para a reunião desta segunda-feira na capital britânica.

No dia seguinte, Trump disse que Xi havia concordado em retomar os embarques para os EUA de minerais e ímãs de terras raras, e a Reuters informou que a China concedeu licenças temporárias de exportação para fornecedores de terras raras das três principais montadoras dos EUA.

(Reportagem de Trevor Hunnicutt, Dan Burns e Andrea Shalal em Washington, Nathan Layne em Connecticut, Brenda Goh em Pequim e Kate Holton e Andrew MacAskill em Londres)

((Tradução Redação São Paulo))

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