Por Enes Tunagur
LONDRES, 5 Jun (Reuters) - Os preços do petróleo estabilizaram, esta quinta-feira, após terem caído mais de 1% no dia anterior, devido ao aumento dos inventários de gasolina e gasóleo nos Estados Unidos e aos cortes nos preços de Julho da Arábia Saudita para a Ásia.
Os futuros do petróleo Brent LCOc1 subiam 0,21 dólares, ou 0,3%, para os 65,07 dólares por barril às 1000 TMG. O petróleo West Texas Intermediate CLc1 ganhava 0,17 dólares, ou 0,3%, para os 63,02 dólares por barril.
Os preços do petróleo fecharam cerca de 1% mais baixos na quarta-feira, após dados oficiais terem mostrado que os 'stocks' de gasolina e destilados dos Estados Unidos cresceram mais que o esperado, reflectindo uma procura mais fraca na maior economia do mundo. EIA/S
A geopolítica e os incêndios florestais canadianos, que podem reduzir a produção de petróleo, dão apoio aos preços, apesar de um mercado potencialmente com excesso de oferta na segunda metade do ano, com os aumentos de produção previstos pela OPEP+, disse o analista da PVM, Tamas Varga.
Para agravar a fraqueza, a Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, reduziu os seus preços de Julho para os compradores asiáticos de crude para quase o valor mais baixo dos últimos dois meses.
O corte de preços da Arábia Saudita seguiu-se à decisão da OPEP+, no fim de semana, de aumentar a produção em 411.000 barris por dia para Julho.
A estratégia do líder de facto da OPEP, a Arábia Saudita, consiste, em parte, em castigar os sobre-produtores, podendo vir a reduzir a produção em 2,2 milhões de barris por dia entre Junho e o final de Outubro, numa tentativa de recuperar quota de mercado, segundo a Reuters.
"A procura de petróleo será moldada pelas negociações comerciais entre os Estados Unidos e os seus parceiros comerciais", disse Varga, da PVM.
Os dados de quarta-feira mostraram que o sector dos serviços dos Estados Unidos contraiu em Maio pela primeira vez em quase um ano.
Na frente comercial, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse, na quarta-feira, que o presidente da China, Xi Jinping, era duro e que era "extremamente difícil de fazer um acordo" com ele, expondo o atrito entre Pequim e Washington.
Os investidores estarão atentos aos dados económicos norte-americanos, como as folhas de salários, que podem influenciar a política de taxas de juro da Reserva Federal dos Estados Unidos, enquanto que o foco estará também nas tensões geopolíticas no Médio Oriente, disse o analista da UBS, Giovanni Staunovo.
Texto integral em inglês: nL2N3S801O