DUBAI, 26 Mai (Reuters) - O Irã será capaz de sobreviver se as negociações com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear não conseguirem garantir um acordo, disse o presidente Masoud Pezeshkian na segunda-feira, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, descreveu as conversas no fim de semana com Teerã como "muito boas".
As negociações visam resolver uma disputa de décadas sobre as ambições nucleares do Irã, e Trump ameaçou o Irã com sanções econômicas incapacitantes e bombardeios se nenhum novo acordo nuclear for alcançado.
"Não é como se fôssemos morrer de fome se eles se recusarem a negociar conosco ou impor sanções", disse Pezeshkian à mídia estatal sobre as negociações com Washington. "Encontraremos uma maneira de sobreviver."
Os riscos são altos para ambos os lados nas negociações.
Trump quer reduzir o potencial de Teerã de produzir uma arma nuclear que poderia desencadear uma corrida armamentista nuclear regional e talvez ameaçar Israel. O Irã, por sua vez, afirma que seu programa nuclear é exclusivamente para fins civis e quer se livrar das sanções devastadoras sobre sua economia baseada no petróleo.
As delegações iraniana e norte-americana encerraram a quinta rodada de negociações em Roma na semana passada e, embora tenham surgido sinais de algum progresso limitado, há muitos pontos de discordância que são difíceis de serem resolvidos, principalmente a questão do enriquecimento de urânio do Irã.
Questionado sobre relatos de que o Irã poderia congelar o enriquecimento por três anos para chegar a um acordo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmail Baghaei, disse em uma coletiva de imprensa: "O Irã nunca aceitará isso".
Baghaei também descartou a possibilidade de um acordo nuclear provisório com os EUA, descartando relatos da mídia de que um acordo provisório estava sendo considerado como uma etapa temporária para um acordo final.
O Irã está aguardando mais detalhes do mediador Omã sobre o momento da sexta rodada de negociações, disse Baghaei.
"Se houver boa vontade do lado norte-americano, também estamos otimistas, mas se as negociações tiverem como objetivo restringir os direitos do Irã, as negociações não levarão a lugar algum", acrescentou.
(Reportagem da Redação de Dubai)
((Tradução Redação São Paulo))
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