Por Laurie Chen e Ella Cao
PEQUIM, 8 Mai (Reuters) - A China, maior compradora mundial de soja, retomou os embarques de soja brasileira de cinco empresas previamente suspensas devido a preocupações fitossanitárias, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto e dados da alfândega chinesa.
O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo e o principal fornecedor da China, enquanto a guerra comercial leva Pequim a diversificar sua produção, afastando-se dos Estados Unidos, seu segundo maior fornecedor.
A fonte confirmou que a retomada do fornecimento começou em 25 de abril, semanas antes de uma visita de Estado planejada à China pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e em um momento em que a China tenta reunir uma coalizão global (link) contra a guerra comercial dos EUA.
A Reuters relatou em janeiro (link) que a China suspendeu as importações de entidades coligadas da Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil, C.Vale Cooperativa Agroindustrial, Cargill Agrícola SA e ADM do Brasil. Gigantes globais como a Cargill têm muitas subsidiárias licenciadas para exportar para a China.
O Brasil disse na época que pretendia levantar a questão (link) com Pequim e seu ministério da agricultura no mês passado, desde que as autoridades (link) lá com informações sobre as empresas suspensas.
De acordo com um banco de dados da alfândega chinesa, todas as entidades com os nomes exatos das cinco empresas atualmente possuem status de registro "normal".
O banco de dados não especifica a data de retomada, e a Reuters não conseguiu verificar seu status anterior.
A Archer-Daniels-Midland Co ADM.N, controladora da ADM do Brasil, a Cargill. - gigante norte-americana de capital fechado no comércio de grãos e controladora da Cargill Agricola SA - Terra Roxa Comércio de Cereais - e as empresas controladoras das outras duas empresas afetadas não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
O GACC da China e a Embaixada do Brasil também não responderam aos pedidos de comentários.
A China, que compra mais de 60% da soja comercializada globalmente, obtém mais de 70% (link) de suas importações do Brasil, corroendo ainda mais a participação de mercado dos EUA.
Em 2024, a China importou um recorde de 105,03 milhões de toneladas de soja, com mais de 74 milhões de toneladas vindas do Brasil. A safra recorde do Brasil deve impulsionar as importações de soja da China para um nível recorde. (link) no segundo trimestre.