LONDRES, 30 Abr (Reuters) - Os preços do petróleo prolongaram as quedas, esta quarta-feira, e ficaram a caminho da maior queda mensal em quase três anos e meio, com a guerra comercial global a minar as perspectivas da procura de combustível, enquanto os receios com o aumento da oferta também pesaram.
Os futuros do petróleo Brent LCOc1 caíam 0,77 dólares, ou 1,2%, para os 63,48 dólares por barril às 1305 TMG. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate CLc1 caíam 0,74 dólares, também 1,2%, para os 59,68 dólares.
Até agora, este mês, o Brent e o WTI perderam cerca de 15% e 16%, respectivamente, para as maiores quedas percentuais desde Novembro de 2021.
Ambas as referências registaram fortes quedas após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a 2 de Abril, de tarifas sobre todas as importações dos Estados Unidos. Afundaram ainda mais para mínimos de quatro anos, quando a China respondeu com as suas próprias taxas, alimentando uma guerra comercial entre as duas maiores nações consumidoras de petróleo do mundo.
Esta quarta-feira, os dados mostraram que a economia norte-americana contraiu no primeiro trimestre, pressionada por um dilúvio de bens importados por empresas ansiosas por evitar custos mais elevados.
As tarifas de Trump tornaram provável que a economia global caia em recessão este ano, sugeriu uma pesquisa da Reuters.
A actividade fabril da China contraiu ao ritmo mais rápido em 16 meses em Abril, revelou um inquérito às fábricas esta quarta-feira.
A confiança dos consumidores dos Estados Unidos, entretanto, caiu para o seu nível mais baixo em quase cinco anos em Abril, devido aos crescentes receios com as tarifas, mostraram os dados na terça-feira.
Enquanto as ordens que Trump assinou na terça-feira para suavizar o golpe das tarifas sobre os automóveis aliviaram alguns nervos entre os investidores, os preços do petróleo também foram prejudicados pelos receios com o aumento da oferta da OPEP+.
Vários membros da OPEP+ vão sugerir um aumento da produção pelo segundo mês consecutivo em Junho, disseram fontes à Reuters na semana passada. O grupo reunir-se-á a 5 de Maio para discutir os planos de produção.
Também a enviar sinais de baixa no lado da oferta, os inventários de crude dos Estados Unidos aumentaram em 3,8 milhões de barris na semana passada, disseram fontes do mercado na terça-feira, citando dados do Instituto Norte-Americano do Petróleo. API/S
Os dados do governo dos Estados Unidos serão publicados às 1430 TMG. Analistas consultados pela Reuters esperam que os números dos 'stocks' de crude norte-americano para a semana passada mostrem um aumento de 400.000 barris. EIA/S
Texto integral em inglês: nL1N3R801K