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Exaustos, funcionários públicos aceitam segunda leva de demissão voluntária de Trump

Reuters14 de abr de 2025 às 23:54

Por Tim Reid e Leah Douglas

- Nick Gioia foi demitido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em fevereiro como parte do esforço do presidente Donald Trump e do magnata da tecnologia Elon Musk para reduzir o tamanho e o custo do governo federal.

Gioia foi então reintegrado e colocado em licença remunerada após uma decisão judicial. Agora, após uma segunda rodada de ofertas de demissão voluntária ser enviada por email nos últimos dias para funcionários do governo em pelo menos meia dúzia de agências federais, o veterano do Exército dos EUA decidiu aceitá-la.

A montanha-russa de rescisões e reintegrações, assim como o medo e a incerteza sofridos por Gioia e seus colegas, cobraram seu preço.

"Para alguns de nós, chegou a hora de nos afastarmos antes que essa experiência acabe com o que resta de nosso bem-estar", disse Gioia à Reuters.

Vários outros funcionários públicos federais disseram à Reuters que estão aceitando essa segunda oferta do programa de demissão voluntária, afirmando que muitos funcionários públicos já se encontram em exaustão nervosa depois de três meses de caos e cortes promovidos pelo Departamento de Eficiência Governamental de Musk.

Não está claro quantos funcionários federais devem entrar n programa de demissão. A Casa Branca e o Doge não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

"Eu não queria aceitar essa proposta, mas foram meses muito confusos e inquietantes. Decidi aceitar", disse um funcionário da Administração de Serviços Gerais, responsável por supervisionar os imóveis do governo, que pediu anonimato por medo de represálias.

"Estou emocionalmente exausto. Basicamente, bati em uma parede de tijolos emocionais na semana passada", acrescentou o servidor.

A oferta original do programa de demissão voluntária foi enviada à maioria dos 2,3 milhões de funcionários federais civis no final de janeiro. Mais de 75.000 servidores aceitaram a oferta, parte dos mais de 200.000 trabalhadores demitidos do governo federal.

Uma segunda oferta semelhante foi enviada a uma série de funcionários públicos nos últimos dias, dando-lhes a chance de entrar em licença com pagamento até 30 de setembro.

Os prazos para aceitar essa segunda oferta de compra variam. O prazo do Departamento de Agricultura se esgotou na semana passada, outros expiram à meia-noite desta segunda-feira, enquanto os funcionários da GSA têm até a sexta-feira para decidir se aceitam a oferta.

Alguns trabalhadores que aceitaram as ofertas e sindicatos de funcionários públicos expressaram preocupação com o fato de que os programas de demissão podem não ser legais, ou que os fundos não existam nem mesmo para pagar as pessoas até setembro, porque os recursos não foram analisados pelo Congresso.

As autoridades do governo Trump afirmaram que as ofertas de compra são vinculantes e não exigem a aprovação do Congresso, que já é controlado pelo Partido Republicano de Trump.

Trump disse que a burocracia federal está inchada, é ineficiente e precisa ser simplificada. Ele também afirmou que quer reduzir o desperdício e a fraude.

MAIOR INCERTEZA

Bill Hoagland, ex-funcionário do Partido Republicano e diretor do Comitê de Orçamento do Senado por mais de 20 anos, disse que a nova oferta de demissão voluntária chega em um momento de maior incerteza econômica desencadeada pela guerra comercial de Trump com a China e pelas tarifas sobre outros países.

Os funcionários que deixam o governo estão se deparando em um mercado de trabalho muito mais difícil do que há apenas algumas semanas, disse Hoagland.

Outro funcionário da GSA, que falou sob condição de anonimato, disse que muitos colegas decidiram aceitar a última oferta, apesar dos temores de uma piora na economia e no mercado de trabalho.

"Muito mais pessoas estão aceitando esta. As pessoas estão basicamente exaustas, estressadas e a maioria acha que acabará sendo demitida de qualquer forma se não aceitar."

Daniel Meyer, advogado trabalhista da Tully Rinckey, em Washington, disse que três de seus clientes -- funcionários federais -- aceitaram o último acordo.

Segundo ele, seus clientes foram submetidos a táticas de pressão, incluindo avaliações de conduta e desempenho.

"Isso pressiona os funcionários a sair", disse Meyer. "Eles analisaram o programa de demissão voluntária e o consideraram mais atraente do que ficar."

(Reportagem de Tim Reid e Leah Douglas em Washington)

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM

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