Por Shariq Khan
10 Abr (Reuters) - Os preços do petróleo fecharam em queda de mais de US$2 por barril nesta quinta-feira, eliminando a recuperação da última sessão, enquanto investidores reavaliavam uma pausa em parte do plano tarifário dos Estados Unidos e o foco mudou para o aprofundamento da guerra comercial entre Washington e Pequim.
Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) CLc1 caíram US$2,28, ou 3,7%, fechando a US$60,07 por barril. Os contratos futuros do petróleo Brent LCOc1 caíram US$2,15, ou 3,3%, a US$63,33 por barril.
Ambos os contratos haviam ganhado mais de US$2 por barril na quarta-feira, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu as pesadas tarifas que havia anunciado contra dezenas de seus parceiros comerciais há uma semana, marcando uma reviravolta abrupta menos de 24 horas depois que as taxas entraram em vigor.
Ao mesmo tempo, no entanto, Trump também aumentou as tarifas contra a China. As tarifas dos EUA sobre as importações chinesas agora totalizam 145%, informou a Casa Branca à mídia na quinta-feira.
A China anunciou uma taxa de importação adicional sobre os produtos dos EUA, impondo uma tarifa de 84%.
É provável que as tarifas mais altas contra a China levem Pequim a reduzir as importações de petróleo dos EUA, aumentando a oferta e elevando os níveis de estoques dos EUA, disse a empresa de consultoria comercial Ritterbusch and Associates a clientes nesta quinta-feira.
As exportações de petróleo dos EUA para a China caíram para 112.000 barris por dia (bpd) em março, quase a metade dos 190.000 bpd do ano passado, segundo dados do rastreador de navios Kpler.
"Se essas disputas comerciais continuarem por muito mais tempo, é provável que a economia global sofra danos econômicos significativos", disse Henry Hoffman, cogerente de portfólio do Catalyst Energy Infrastructure Fund.
Os estoques de petróleo dos EUA aumentaram em 2,6 milhões de barris na semana passada, mostraram dados do governo na quarta-feira, quase o dobro do aumento de 1,4 milhão de barris que os analistas projetaram em uma pesquisa da Reuters.
(Reportagem de Shariq Khan e Arunima Kumar; reportagem adicional de Ahmad Ghaddar e Jeslyn Lerh)
((Tradução Redação Rio de Janeiro)) REUTERS MN