LUXEMBURGO, 7 Abr (Reuters) - Os ministros da UE concordaram, esta segunda-feira, em dar prioridade às negociações para eliminar as tarifas impostas pelo Presidente Donald Trump em detrimento da retaliação, mesmo estando em preparação um primeiro conjunto de contra-medidas específicas.
O bloco de 27 nações enfrenta tarifas de importação de 25% sobre aço e alumínio e carros e tarifas "recíprocas" de 20% a partir de quarta-feira para quase todos os outros bens sob a política de Trump para atingir países que ele diz impor altas barreiras às importações norte-americanas.
Os ministros que supervisionam o Comércio reuniram-se no Luxemburgo, esta segunda-feira, para debater a resposta da UE, bem como as relações com a China. Muitos afirmaram que a prioridade é iniciar negociações e evitar uma guerra comercial.
"Temos de manter a calma e reagir de forma a reduzir a escalada. As bolsas de valores mostram o que acontecerá se houver uma escalada imediata. Mas estaremos preparados para tomar contra-medidas, se necessário, para sentar os norte-americanos à mesa de negociações", disse a ministra neerlandesa do Comércio, Reinette Klever, aos jornalistas.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou, numa conferência de imprensa, em Bruxelas, que a UE está pronta a negociar um pacto de tarifas "zero por zero" para os produtos industriais.
Até à data, as conversações com Washington têm-se revelado difíceis. O Comissário Europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, descreveu a sua troca de impressões de duas horas com os seus homólogos norte-americanos, na sexta-feira, como "franca", tendo-lhes dito que as suas tarifas eram "prejudiciais e injustificadas".
É provável que o bloco aprove esta semana um conjunto inicial de contra-medidas de até 28 mil milhões de dólares de importações dos Estados Unidos, desde fio dental a diamantes, em resposta às tarifas de aço e alumínio de Trump e não às taxas recíprocas mais amplas.
Mas mesmo essa medida tem-se revelado problemática, com Trump a ameaçar com uma contra-tarifa de 200% sobre as bebidas alcoólicas da UE se o bloco avançar com um direito de 50% sobre o bourbon norte-americano.
França e Itália, grandes exportadores de vinho e bebidas espirituosas, manifestaram a sua preocupação.
Espera-se que o bloco de 27 nações apresente um pacote mais vasto de contra-medidas até ao final de Abril, em resposta a tarifas "recíprocas" aplicados pelos Estados Unidos aos automóveis.
No entanto, numa guerra de tarifas sobre bens, Bruxelas tem menos objectivos que Washington, já que as importações de bens dos Estados Unidos para a UE totalizaram 334 mil milhões de euros (366,2 mil milhões de dólares) em 2024 face aos 532 mil milhões de euros de exportações da UE.
(1 dólar = 0,9121 euros)
Texto integral em inglês: nL2N3QL0JJ