Por Julia Payne e Maggie Fick
BRUXELAS/LONDRES, 7 Abr (Reuters) - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, realizou uma ligação com representantes do setor metalúrgico nesta segunda-feira e, mais tarde, conversou com o setor automotivo para discutir como responder às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.
As ligações tinham como objetivo coletar dados para outras contramedidas além da resposta de Bruxelas às tarifas de aço de Washington, que será votada no final desta semana. Uma reunião com o setor farmacêutico europeu está planejada para terça-feira.
As ações europeias e asiáticas e os preços do petróleo despencaram nesta segunda-feira devido aos temores de que as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, possam aumentar os preços, enfraquecer a demanda e até mesmo desencadear uma recessão global.
O convite de Von der Leyen dizia que a UE proporia este ano "uma medida comercial que substituiria as salvaguardas do aço a partir de 1º de julho de 2026" para proteger contra "efeitos negativos relacionados ao comércio causados por excesso de capacidade global".
Uma fonte que participou da reunião sobre metais disse que o grupo pediu medidas para lidar com os "impactos indiretos" das tarifas e uma ação urgente para manter a sucata de alumínio e aço na UE.
No mês passado, a Comissão afirmou que consideraria a possibilidade de aplicar tarifas de exportação sobre as vendas de sucata da UE. Ela também reforçou as salvaguardas existentes sobre o aço para reduzir as importações em 15% em 1º de abril.
"Reunião construtiva ... O senso de urgência e a clareza de propósito aumentaram muito em comparação com alguns meses atrás", disse a fonte.
A reunião com o setor automotivo estava programada para as 15h30 (horário local, 10h30 em Brasíllia), de acordo com a ACEA, o grupo do setor em Bruxelas.
O grupo solicitou uma solução negociada, acrescentou um porta-voz. As montadoras têm pressionado a UE a reduzir suas tarifas sobre as importações de automóveis dos EUA. Em janeiro, a BMW solicitou uma redução de 10% para 2,5%.
A convocação deveria incluir grupos de lobby, bem como CEOs e presidentes da BMW, Volkswagen, Stellantis, Scania, Daimler Truck e Bosch.
A Comissão convidou inicialmente os executivos-chefes das empresas farmacêuticas sediadas na UE para uma reunião, segundo três fontes do setor.
Uma quarta fonte disse que a Comissão pode ter convidado posteriormente empresas sediadas na Suíça, como a Novartis e a Roche. A Reuters não conseguiu confirmar imediatamente esse fato. Um porta-voz da Roche disse que a empresa era um membro ativo da EFPIA, mas não quis fazer mais comentários.
O lobby comercial das grandes empresas farmacêuticas europeias, EFPIA, e o grupo europeu de biotecnologia, Europabio, informaram que seus diretores gerais estavam presentes. Uma carta-convite informava que a reunião estava agendada para as 10h30 (5h30 em Brasília) de terça-feira.
Os produtos farmacêuticos estavam isentos das tarifas que Trump anunciou na semana passada, mas ele disse que eles enfrentarão tarifas separadas.
O setor pressionará a Comissão para que explique como planeja permitir que as empresas farmacêuticas e de biotecnologia produzam mais na Europa, disse uma fonte presente na reunião de terça-feira.
Eles disseram que isso poderia incluir a simplificação dos processos regulatórios que recentemente desencorajaram algumas empresas a realizar testes clínicos na Europa.
((Tradução Redação São Paulo))
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