Ouro deve atingir US$ 4.000 em breve com guerra comercial, prevê analista

Investing.com — Os mercados globais operavam em queda após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar uma ordem executiva estabelecendo uma tarifa de 10% sobre todas as importações oriundas dos parceiros comerciais americanos, com início previsto para 5 de abril.

Além disso, 60 países identificados como praticantes de barreiras não tarifárias relevantes serão alvo de tarifas recíprocas a partir de 9 de abril. Trump afirmou que as tarifas impostas pelos EUA serão inferiores às taxas efetivas — que, segundo ele, incluem barreiras não tarifárias e manipulação cambial — cobradas por esses países sobre exportações americanas.

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O presidente também indicou abertura para negociações que levem a reduções tarifárias recíprocas. Tarifas permanentes de 25% continuarão aplicadas aos setores de automóveis, aço e alumínio.

Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM), Bank of America (NYSE:BAC) e Citi alertaram que o novo regime tarifário pode exercer pressão inflacionária ao longo do ano, com efeitos potenciais sobre o poder de compra da população, os salários reais e o nível de consumo.

A elevação nos preços dos bens pode levar ao aumento da inflação medida pelo Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) nos próximos meses. Esse cenário pode resultar em uma desaceleração do consumo mais adiante, ao mesmo tempo em que limita a margem de atuação do Federal Reserve, especialmente se a inflação permanecer acima da meta de 2%.

Entre os setores mais sensíveis estão os de veículos e metais industriais. As tarifas de 25% sobre automóveis, peças, aço e alumínio devem pressionar os preços de carros novos e usados, além de encarecer seguros, manutenção e reparos.

Esse efeito acumulado pode gerar pressões inflacionárias persistentes na economia, em linha com o que foi observado durante a pandemia.

A expectativa é que as novas tarifas gerem pelo menos US$ 300 bilhões em receita anual para o governo, podendo chegar a US$ 600 bilhões se a tarifa média efetiva ficar próxima de 20%.

A intensificação da guerra comercial provocou forte correção nos mercados financeiros. O S&P 500 chegou a recuar 4,5%, enquanto o índice Nasdaq 100, com maior concentração em tecnologia, recuou 5%.

Em meio à aversão ao risco, os preços do ouro (XAU/USD) caíram 1,2% após renovarem máximas históricas. O analista Ed Yardeni projetou que o ouro pode atingir US$ 4.000 por onça até o final de 2025.

“Esse patamar pode ser alcançado ainda mais cedo, caso Trump leve adiante seu Reinado de Tarifas”, afirmou Yardeni nesta quinta-feira.

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