WASHINGTON, 10 Fev (Reuters) - O Presidente norte-americano, Donald Trump, aumentou de forma substancial as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, na segunda-feira, para 25% "sem excepções ou isenções", numa medida que espera que vá ajudar as indústrias em dificuldades nos Estados Unidos, mas que também poderá desencadear uma guerra comercial em várias frentes.
Trump assinou proclamações que elevam a taxa de tarifas dos Estados Unidos sobre o alumínio para 25% face à anterior taxa de 10% e eliminam as excepções por país e os acordos de quotas, bem como centenas de milhares de exclusões de tarifas específicas de produtos para ambos os metais. Um responsável da Casa Branca confirmou que as medidas entrarão em vigor a 4 de Março.
Os direitos aduaneiros aplicar-se-ão a milhões de toneladas de aço e alumínio importados do Canadá, Brasil, México, Coreia do Sul e outros países que tinham entrado nos Estados Unidos com isenção de direitos ao abrigo das excepções.
A medida simplificará as tarifas sobre os metais "para que todos possam entender exactamente o que significa", disse Trump aos jornalistas. "São 25% sem excepções ou isenções. São todos os países, não importa de onde venham, todos os países".
Trump disse mais tarde que daria "grande atenção" ao pedido da Austrália para uma isenção das tarifas de aço devido ao défice comercial daquele país com os Estados Unidos.
As proclamações foram extensões das tarifas da Secção 232 de Trump de 2018 para proteger os fabricantes domésticos de aço e alumínio por motivos de segurança nacional. Um responsável da Casa Branca disse que as isenções corroeram a eficácia dessas medidas.
Trump também imporá um novo padrão norte-americano exigindo que as importações de aço sejam "derretidas e derramadas" e o alumínio seja "fundido e moldado" na região para conter as importações norte-americanas de metais chineses e russos minimamente processados que contornam outras tarifas.
A acção também alarga as tarifas a produtos 'downstream' que utilizam aço de fabrico estrangeiro, incluindo aço estrutural fabricado, extrusões de alumínio e fio de aço para betão pré-esforçado, disse um responsável da Casa Branca.
Ao assinar a ordem na Casa Branca, Trump disse que seguiria a acção de segunda-feira com anúncios sobre tarifas recíprocas em todos os países que impõem taxas sobre produtos dos Estados Unidos nos próximos dois dias e disse que também estava a ponderar tarifas sobre carros, semicondutores e produtos farmacêuticos.
Questionado sobre as ameaças de retaliação de outros países contra as suas novas tarifas, Trump disse: "Não me importo".
Os dados norte-americanos mostraram que as fundições de alumínio produziram apenas 670.000 toneladas métricas do metal no ano passado, abaixo dos 3,7 milhões em 2000. O encerramento de fábricas nos últimos anos, nomeadamente no Kentucky e no Missouri, deixou o país muito dependente das importações.
As importações de aço representaram cerca de 23% do consumo norte-americano de aço em 2023, segundo dados do American Iron and Steel Institute, sendo o Canadá, o Brasil e o México os maiores fornecedores.
O Canadá, cujos abundantes recursos hidreléctricos auxiliam a sua produção de metal, foi responsável por quase 80% das importações de alumínio primário dos Estados Unidos em 2024.
Texto integral em inglês: nL1N3P10EP