Rubio visitará Panamá em meio a pressão de Trump para retomar canal, diz fonte

WASHINGTON, 23 Jan (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, visitará o Panamá durante sua primeira viagem ao exterior no cargo, disse uma fonte à Reuters nesta quinta-feira, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, faz um esforço para que o país retome o Canal do Panamá, o que irritou o país centro-americano.

Rubio deve partir em 31 de janeiro e viajar durante a primeira semana de fevereiro, fazendo paradas adicionais na Guatemala, República Dominicana, Costa Rica e El Salvador, de acordo com a fonte que estava familiarizada com os planos.

O planejamento da viagem ainda está em andamento e o itinerário está sujeito a alterações, acrescentou a fonte.

Questionado sobre a viagem, o Departamento de Estado dos EUA disse na quinta-feira que não tinha planos de viagem para anunciar no momento.

Trump acusou o Panamá de quebrar as promessas feitas para a transferência final da hidrovia estratégica em 1999 e de ceder sua operação à China -- acusações que o governo panamenho negou veementemente.

"Nós não o entregamos à China. Nós a demos ao Panamá e a estamos tomando de volta", disse Trump em seu discurso de posse na segunda-feira.

O presidente panamenho, José Raul Mulino, respondeu no X na segunda-feira que o Canal do Panamá "é e continuará a ser panamenho". O Panamá também alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as declarações de Trump, em uma carta vista pela Reuters na terça-feira.

O canal é uma hidrovia de 82 km que conecta os oceanos Pacífico e Atlântico através do Panamá e é fundamental para as importações norte-americanas de automóveis e bens comerciais por navios porta-contêineres vindos da Ásia e para as exportações norte-americanas de commodities, incluindo gás natural liquefeito.

Os Estados Unidos construíram o canal em grande parte e administraram o território ao seu redor por décadas. Os EUA e o Panamá assinaram acordos em 1977 que abriram caminho para o retorno do canal ao controle total do Panamá, e Washington o entregou em 1999 após um período de administração conjunta.

((Tradução Redação São Paulo))

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