Investing.com – Mesmo com aumento nas receitas, diante da alta na base de clientes com migração do pós-pago e conquista de novos consumidores, além de reajustes de preços, as ações da Telefônica Brasil (BVMF:VIVT3) (Vivo) apresentavam recuo nesta terça-feira, 30, após a divulgação do balanço trimestral com lucros considerados abaixo do esperado por analistas, que estavam otimistas anteriormente e com expectativas elevadas. Às 14h48 (de Brasília), as ações recuavam 1,47%, a R$47,54.
A Vivo apresentou lucro de R$ 1,2 bilhão no segundo trimestre, alta anual de 8,9%, enquanto as receitas somaram R$13,7 bilhões, progresso de 7,4% na mesma comparação. Em call de resultados, o presidente-executivo Christian Gebara afirmou que a empresa estaria próxima de conseguir uma licença de serviços financeiros junto ao Banco Central, em busca de maior diversificação das fontes de receitas.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) avaliou os dados como sólidos em relação ao crescimento de receita e controle eficaz de custos, mas considerou o lucro abaixo do previsto por seus analistas, apesar da expansão anual. A XP enxerga a tese intacta, sendo um papel defensivo, com dividendos e fluxo de caixa crescente, e segue com indicação de compra e preço-alvo para o final deste ano de R$64.
“Vale ressaltar que o resultado financeiro apresentou redução de 27,6% ao ano, devido à reversão das atualizações monetárias de provisões para contingências relacionadas à adesão ao Programa de Anistia do Estado de SP, que teve efeito positivo de R$ 330 milhões. A variação anual foi parcialmente compensada pelo efeito positivo do reconhecimento da atualização do saldo de créditos tributários de PIS e COFINS, no valor de R$ 128 milhões no 2T23”, detalham os analistas Bernardo Guttmann e Marco Nardini.
Pós-pago e crescimento são sinônimos, destacou a Genial Investimentos em relatório, em que brinca que o “pós-pago faz gol e serviço fixo dá assistência”, segundo os analistas Antonio Cozman, Kaique Rocha e Iago Souza. “Apesar do Ebitda e lucro líquido abaixo das nossas expectativas, acreditamos que a tese se mantém inalterada e que os principais drivers se mantém promissores", pondera a Genial, que continua com compra, a preço-alvo de R$58.
A Guide Investimentos considerou o balanço como neutro, com boa consistência, mas em linha com o previsto. “A companhia entrou Ebitda de 7,3%, acima dos 4% de inflação no período. Portanto, ela segue tendo ganhos de eficiência apesar do negócio já ser maduro”, apontou o analista Mateus Haag.
A Ativa Investimentos também avaliou o lucro como inferior ao esperado, e concordou que os números mantêm a tese de investimentos inalterada, com indicação neutra e preço-alvo de R$50. “Em que pese também termos superdimensionado o lucro líquido neste 2T24, a empresa segue mostrando boa geração de caixa e disciplina em seus desembolsos de capex”, conclui o analista Ilan Arbetman, mencionando ainda incrementos anuais de custos e despesas operacionais, além de elogiar o avanço nas receitas móveis e fixas.