5 pontos que os investidores devem monitorar após debate Biden-Trump
Investing.com - Após o primeiro debate da corrida pela Casa Branca, especialistas continuam analisando as chances de reeleição do presidente Joe Biden. "As previsões agora favorecem uma vitória de Trump como o cenário mais provável", afirma Libby Cantrill, diretora-chefe de políticas públicas da PIMCO.
"Biden falhou em convencer os eleitores indecisos de sua prontidão para continuar no cargo por mais quatro anos e também parece ter desmotivado sua própria base, levantando dúvidas sobre sua capacidade atual para as exigências presidenciais", observa Cantrill.
"Antes do debate, considerávamos a disputa presidencial bastante equilibrada, mas agora, apesar de ainda restarem quatro meses para a eleição e muitas variáveis em jogo, as chances parecem inclinar-se a favor de Trump, assumindo que Biden continue na corrida", destaca a especialista da PIMCO.
Ela também menciona possíveis repercussões nas eleições para a Câmara dos Representantes e o Senado, que poderiam influenciar a política fiscal futura.
"Embora as chances de Biden desistir ainda sejam pequenas, elas são agora maiores do que antes. Se essa decisão for tomada, esperamos um anúncio nas próximas uma ou duas semanas", acrescenta Cantrill.
Efeitos nos mercados
De acordo com Cantrill, as principais conclusões do debate indicam que os déficits continuarão elevados, os EUA manterão uma postura agressiva em relação à China e as tarifas podem aumentar, especialmente se Trump for reeleito. A questão chave é quando esses fatores serão refletidos nos mercados.
Para os investidores, estas são as considerações essenciais pós-debate:
- O cenário eleitoral parece mais favorável a Trump após o debate.
- As chances de Biden renunciar à candidatura são baixas, mas aumentaram.
- A política tributária será um tema central em Washington em 2025.
- O déficit governamental será o maior impactado pelas eleições.
- É importante monitorar a evolução das políticas tarifárias.
Biden vai desistir ou não? Estrategista discute
A questão da reeleição do presidente Biden tem dominado as discussões, intensificadas pelo seu desempenho no primeiro debate. Nesta semana, analistas da Strategas e da Evercore ISI compartilharam suas perspectivas.
Segundo a Strategas, Biden "não alcançou os resultados esperados" durante o debate, comprometendo sua posição para as eleições. No entanto, a empresa prevê que ele continuará como o candidato democrata, apesar das incertezas.
Os analistas da Strategas, baseando-se em diálogos com estrategistas de campanha, artigos de notícias, clientes e regras eleitorais, indicam que, surpreendentemente, Biden provavelmente permanecerá na disputa. Contudo, reconhecem que eventos imprevistos podem rapidamente mudar esse cenário, e não descartam a possibilidade de Biden optar por preservar sua dignidade e legado, retirando-se da corrida.
A Strategas também sugere que, se Biden desistisse, o Partido Democrata se mobilizaria rapidamente em torno dele antes de nomear um substituto. Atualmente, os aliados mais próximos de Biden defendem sua permanência, adotando uma postura de resiliência e recuperação.
Por outro lado, há preocupações de que seu círculo íntimo possa estar minimizando sua deterioração para manter o poder, o que poderia facilitar um possível retorno de Trump. Essa situação é comparada ao filme "Dave", onde se questiona a eficácia de manter o vice-presidente à margem.
Enquanto isso, os analistas da Evercore ISI observam uma mudança significativa na dinâmica da campanha: "Acreditamos agora que a probabilidade de Biden se retirar da corrida aumentou para mais de 60% nos próximos dias".
As críticas após o debate eram esperadas, mas o que surpreende são as declarações de aliados leais a Biden, que começam a questionar publicamente sua capacidade, como indicado por Nancy Pelosi e Jim Clyburn.
Embora a arrecadação de fundos continue forte entre a base, a confiança dos principais doadores está abalada. A Evercore aponta a falta de um plano claro de recuperação como um problema crescente, destacando que "não há sinais de um plano de recuperação".
A próxima entrevista de Biden à ABC é vista com ceticismo pelos analistas, que duvidam que ela possa reverter o sentimento negativo crescente dentro do partido
