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EXCLUSIVO-Fontes dizem que Fedun, cofundador da Lukoil, vendeu sua participação de volta para a empresa

Reuters25 de nov de 2025 às 17:10

Por Anna Hirtenstein e Dmitry Zhdannikov

- Leonid Fedun, cofundador da Lukoil LKOH.MM, vendeu sua participação de aproximadamente US$ 7 bilhões na empresa russa, segundo três fontes e dados mostraram, encerrando uma trajetória de 30 anos que transformou a Lukoil em uma potência global, mas que, ultimamente, encolheu rapidamente devido às sanções.

Após meses evitando sanções ocidentais devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, a Lukoil foi duramente atingida (link) em outubro e agora está vendendo (link) ativos estrangeiros.

A empresa tem sido apontada há muito tempo por analistas como um potencial alvo de aquisição pela sua concorrente estatal, a Rosneft ROSN.MM, que agora também está sob sanções ocidentais.

Fedun, nascido na Ucrânia e residente em Mônaco, vendeu sua participação de aproximadamente 10% de volta para a Lukoil no início de 2025, disseram duas fontes próximas ao negócio, em um raro exemplo de um bilionário russo desfazendo discretamente suas participações no país.

Em agosto, a Lukoil anunciou que cancelaria 76 milhões de ações – ou cerca de 11% do seu capital – que havia recomprado no mercado entre 2024 e 2025.

A participação de Fedun valia cerca de US$ 7 bilhões, segundo cálculos da Reuters baseados nos preços de mercado, embora não esteja claro se esse foi o preço que ele recebeu.

A Lukoil recusou-se a comentar.

Não foi possível contatar Fedun para comentar o assunto.

AFASTAMENTO GRADUAL DOS HOLOFOTES

Fedun, de 69 anos, tornou-se uma das pessoas mais ricas da Rússia durante as caóticas privatizações da década de 1990, sob o governo do falecido presidente Boris Yeltsin, após o colapso da União Soviética.

Formado em escola militar, Fedun seguiu carreira como professor na década de 1980, quando viajou para a Sibéria e conheceu Vagit Alekperov, de 74 anos, um importante diretor soviético do setor petrolífero.

Os dois homens trabalharam juntos na privatização de alguns dos melhores campos de petróleo da Sibéria Ocidental quando Yeltsin aprovou a venda deles em 1993, numa manobra que transformou empresas estatais em empresas privadas e alguns funcionários públicos em bilionários da noite para o dia.

Como diretor executivo da Lukoil, Alekperov trabalhou na reconstrução da produção de petróleo na Rússia, enquanto Fedun se concentrou em aquisições dentro e fora do país.

Essa iniciativa culminou com a gigante norte-americana ConocoPhillips comprando uma participação significativa na Lukoil em 2004, apenas para vendê-la em 2010, quando se concentrou novamente em seus negócios nos Estados Unidos.

A Lukoil conseguiu crescer depois que Vladimir Putin assumiu o poder no lugar de Yeltsin em 2000 e buscou consolidar o controle estatal em setores estratégicos.

A Lukoil foi alvo de críticas no âmbito das investigações do Kremlin sobre a cobrança de impostos atrasados no setor, mas conseguiu evitar a destruição da rival Yukos e de seus acionistas com ambições políticas.

Espelhando os gastos extravagantes de outros oligarcas russos, Fedun tornou-se um dos principais investidores do Spartak Moscou, clube da primeira divisão do futebol russo.

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, Alekperov renunciou ao cargo de presidente-executivo da Lukoil depois que o Reino Unido e a Austrália lhe impuseram sanções.

No mesmo ano, a Lukoil afirmou estar preocupada com os "eventos trágicos na Ucrânia" e apoiou as negociações para pôr fim ao conflito, fazendo raras declarações públicas contra o que Moscou chama de operação militar especial.

Mas, embora Alekperov continue ativamente envolvido nos bastidores da Lukoil, Fedun se afastou, disseram as três fontes. Ele deixou o cargo de vice-presidente em junho de 2022 e vendeu sua participação na Spartak em agosto de 2022. A Lukoil afirmou na época que a saída de Fedun se devia à idade de aposentadoria e a motivos familiares.

Como residente em Mônaco, Fedun decidiu reduzir seus investimentos na Rússia, disse uma das fontes.

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