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PANORAMA 2-Dólar se reaproxima da estabilidade e Ibovespa é pressionado por Petrobras

Reuters25 de nov de 2025 às 16:55

Por Fabricio de Castro

- Após chegar a cair para a faixa dos R$5,35, o dólar iniciou a tarde próximo da estabilidade no Brasil, após investidores aproveitarem as cotações mais baixas para recompor posições na moeda norte-americana, enquanto no exterior a divisa seguia em queda ante as demais.

O Ibovespa também titubeava neste início de tarde, após ultrapassar os 156 mil pontos mais cedo, em meio à pressão negativa dos papéis da Petrobras, em uma sessão de quedas firmes para o petróleo até o momento no exterior.

No Brasil, destaque para a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência pública no Senado, na qual ele defendeu que a instituição não pode perseguir a banda superior da meta de inflação, de 4,5%, mas sim o centro do alvo, de 3%.

No mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros), as taxas cediam em toda a curva a termo, em sintonia com a baixa dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 13h45 desta terça-feira:

CÂMBIO

Após ceder no início da sessão no Brasil, o dólar se reaproximou da estabilidade ante o real, com parte dos investidores aproveitando as cotações mais baixas para recompor posições na moeda norte-americana, enquanto no exterior a divisa seguia em queda.

Na mínima da sessão até o momento, às 10h30, o dólar chegou a ser cotado a R$5,3570 (-0,71%), para depois iniciar uma escalada ante o real. Profissionais ouvidos pela Reuters justificaram isso citando um movimento de compra de dólares, com alguns agentes aproveitando as cotações mais baixas.

"Ficou barato", resumiu o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. "O dólar caiu bem, e o pessoal (mercado) partiu para um movimento de recomposição na moeda."

Na máxima da sessão até agora, às 11h50, o dólar à vista atingiu a cotação de R$5,4138 (+0,35%).

O fortalecimento do dólar no Brasil ocorreu a despeito de, no exterior, a moeda norte-americana seguir em baixa ante a maior parte das demais divisas, com investidores elevando ainda mais as apostas de que o Federal Reserve cortará juros em dezembro.

Neste início de tarde, os ativos precificavam 82,7% de chances de redução de 25 pontos-base dos juros nos EUA, contra 17,3% de probabilidade de manutenção, conforme a Ferramenta CME FedWatch.

A taxa de juros nos EUA está atualmente na faixa de 3,75% a 4,00%, enquanto a taxa básica Selic está em 15% ao ano no Brasil. Este diferencial de juros entre Brasil e EUA tem sido apontado por analistas como um fator de atração de recursos para o país, o que vem mantendo o dólar em níveis mais baixos.

Durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição não pode perseguir a banda superior da meta de inflação, de 4,5%, mas sim o centro do objetivo, de 3%.

"A meta não é a banda superior. A banda foi feita para que, dado que (a inflação) oferece flutuações... criou-se um 'buffer' para amortecer eventuais flutuações. Mas de maneira nenhuma a meta é de 4,5%", afirmou Galípolo durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "Tenho que perseguir uma meta de inflação de 3%", reforçou.

Também pela manhã, pesquisa CNT/MDA apontou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários para a eleição presidencial de outubro do ano que vem. Além disso, houve aumento na avaliação positiva do governo federal e na aprovação pessoal do presidente.

No início do dia, o Banco Central informou que o Brasil teve déficit em transações correntes de US$5,121 bilhões em outubro, acumulando em 12 meses um rombo equivalente a 3,48% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas era de um saldo negativo de US$4,8 bilhões em outubro.

Na outra ponta, o investimento direto no país (IDP) somou US$10,937 bilhões em outubro -- acima do déficit em conta corrente e também da projeção da pesquisa com especialistas.

Em eventos recentes, Galípolo tem ponderado que o déficit em transações correntes no Brasil reflete o quanto o consumo no país segue aquecido, apesar das restrições da política monetária.

. Dólar/Real BRBY: -0,09%, a R$5,3905 na venda;

. Euro/Dólar EUR=: +0,31%, a 1,1557 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas .DXY: -0,28%, a 99,914 pontos.

BOVESPA

O Ibovespa ultrapassou os 156 mil pontos nesta terça-feira no melhor momento, mas reduziu o fôlego em meio à pressão negativa dos papéis da Petrobras, acompanhando a queda do petróleo no exterior, e enfraquecimento de outras blue chips.

Investidores também monitoram a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em comissão no Senado, onde ele afirmou que o BC não pode perseguir a banda superior da meta de inflação, de 4,5%, mas sim o centro do objetivo, de 3%.

"A meta não é a banda superior. A banda foi feita para que, dado que (a inflação) oferece flutuações... criou-se um 'buffer' para amortecer eventuais flutuações. Mas de maneira nenhuma a meta é de 4,5%", disse Galípolo.

A equipe do C6 Bank também chamou a atenção em relatório para a possibilidade de o Senado votar nesta terça-feira projeto que prevê regras especiais de aposentadoria a agentes comunitários de saúde, com impacto de R$40 bilhões em dez anos.

DESTAQUES

- VALE ON VALE3.SA avançava, em dia de alta dos futuros do minério de ferro na China, com expectativa de que cortes propostos em taxas portuárias naquele país desencorajem a estocagem do minério por prazos longos. O contrato mais negociado em Dalian DCIOcv1 subiu 0,51%.

- PETROBRAS PN PETR4.SA recuava, enfraquecida pelo declínio do petróleo no exterior, onde o barril do Brent LCOc1 cedia mais de 2%. O governo brasileiro também sancionou projeto que reforma o setor elétrico, incluindo veto para mudança no preço de referência do petróleo. Ainda no radar está o plano de negócios da Petrobras esperado para a quinta-feira.

- BRADESCO PN BBDC4.SA subia, com o setor também reduzindo o fôlego após desempenho mais robusto. BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA tinha leve alta e ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA cedia. SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA tinha variação positiva neste início de tarde. Analistas do JPMorgan elevaram o preço-alvo de Itaú PN de R$43 para R$46 e reiteraram recomendação "overweight".

- LOCALIZA ON RENT3.SA avançava, referendada pelo viés de baixa nas taxas dos contratos de DI. Analistas do JPMorgan reduziram ligeiramente previsão de Ebitda para 2026 da companhia, bem como o preço-alvo, de R$60 para R$59, mas reiteraram recomendação "overweight". MOVIDA ON MOVI3.SA, que não está no Ibovespa, tinha elevação superior a 1%. O JPMorgan elevou o preço da ação de R$9 para R$10,50, com recomendação neutra.

- MBRF ON MBRF3.SA recuava mais de 2%, ampliando a correção negativa desde a semana passada. Até o dia 17, a ação acumulava uma valorização de mais de 43% em novembro. Em três pregões na semana passada, perdeu 19%. No setor, MINERVA ON BEEF3.SA registrava declínio superior a 1%.

. Ibovespa .BVSP: +0,06%, a 155.373,08 pontos;

. Índice dos principais ADRs brasileiros .BR20: +0,15%, a 20.917,73 pontos.

BOLSAS DOS EUA

Os índices de ações S&P 500 e Nasdaq chegaram a ceder nesta terça-feira, com as ações da Nvidia despencando devido a preocupações com a intensificação da concorrência no setor de chips de inteligência artificial, enquanto os investidores analisam dados econômicos mistos divulgados com atraso devido à paralisação do governo dos EUA.

Neste início de tarde, o índice Dow Jones .DJI subia, enquanto o S&P e o Nasdaq registravam elevações mais contidas.

As ações da Alphabet GOOGL.O subiam mais de 1% neste início de tarde, após a publicação de reportagem do site Information sobre a Meta, empresa controladora do Facebook META.O. A empresa estava em negociações para usar os chips de IA do Google em seus data centers a partir de 2027 e alugar chips do Google Cloud a partir do próximo ano.

A Nvidia NVDA.O, que atualmente domina o setor de chips de IA, caía mais de 5%, tendo atingido mais cedo a mínima de dois meses, enquanto a Advanced Micro Devices AMD.O cedia mais de 7%.

"Existe uma falsa expectativa de que só exista uma empresa de chips no mercado e que ninguém mais esteja atuando em termos de concorrência, e temos uma manchete para nos lembrar que esse não é o caso", disse Phil Blancato, presidente-executivo da Ladenburg Thalmann Asset Management em Nova York.

Na segunda-feira, o Nasdaq registrou seu maior ganho diário em seis meses, com investidores comprando ações de tecnologia após várias ondas de vendas nas últimas semanas, impulsionadas por preocupações com avaliações elevadas no setor e altos gastos com IA por grandes empresas.

O S&P 500 e o Nasdaq estão a caminho de registrar seus piores desempenhos mensais desde março.

Pela manhã, um relatório do Departamento de Comércio mostrou que as vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,2% em setembro, menos do que o aumento de 0,4% que os economistas consultados pela Reuters previam.

Um relatório separado mostrou que os preços ao produtor se recuperaram em setembro, à medida que o custo dos bens energéticos aumentou e os produtores repassaram algumas tarifas.

As apostas dos investidores em um corte de 25 pontos-base na taxa de juros no próximo mês nos EUA sofreram poucas alterações após a divulgação dos dados e, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, estavam em 83% de probabilidade, o dobro dos cerca de 40% da semana passada.

. Dow Jones .DJI: +0,83%, a 46.832,73 pontos;

. Standard & Poor's 500 .SPX: +0,26%, a 6.722,68 pontos;

. Nasdaq .IXIC: +0,3%, a 22.938,87 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX fechou em alta de 0,91%, a 568,03 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times .FTSE avançou 0,81%, a 9.611,95 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX .GDAXI subiu 0,95%, a 23.460,08 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 .FCHI ganhou 0,83%, a 8.025,89 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib .FTMIB teve valorização de 0,91%, a 42.682,76 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 .IBEX registrou alta de 1,10%, a 16.143,90 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 .PSI20 valorizou-se 0,02%, a 8.053,76 pontos.

JUROS

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) caem nesta terça-feira, em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, com os investidores no Brasil atentos ainda à participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência do Senado.

No exterior investidores elevaram ainda mais as apostas de que o Federal Reserve cortará os juros em dezembro. Os ativos precificam nesta tarde cerca de 83% de chances de redução de 25 pontos-base dos juros nos EUA, contra 17% de probabilidade de manutenção na faixa de 3,75% a 4,00%, conforme a Ferramenta FedWatch da CME.

Em meio ao recuo dos rendimentos no exterior, as taxas dos DIs também cedem, com investidores ponderando a participação de Galípolo em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Galípolo afirmou que a instituição não pode perseguir a banda superior da meta de inflação, de 4,5%, mas sim o centro do objetivo, de 3%.

"A meta não é a banda superior. A banda foi feita para que, dado que (a inflação) oferece flutuações... criou-se um 'buffer' para amortecer eventuais flutuações. Mas de maneira nenhuma a meta é de 4,5%", afirmou Galípolo durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "Tenho que perseguir uma meta de inflação de 3%", reforçou.

Também pela manhã, pesquisa CNT/MDA apontou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários para a eleição presidencial de outubro do ano que vem. Além disso, houve aumento na avaliação positiva do governo federal e na aprovação pessoal do presidente.

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/27

DIJF27

13,515

13,557

-0,042

JAN/28

DIJF28

12,76

12,819

-0,059

JAN/29

DIJF29

12,74

12,802

-0,062

JAN/30

DIJF30

12,93

12,98

-0,05

JAN/32

DIJF32

13,235

13,269

-0,034

JAN/35

DIJF35

13,36

13,386

-0,026

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10YT=RR: rendimento em queda a 4,0075%, ante 4,036% no pregão anterior.

PETRÓLEO

. Nymex - CLc1: -2,23%, a 57,53 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent LCOc1: -2,05%, a 62,07 dólares por barril.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código PAN/SA)

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