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Bitwise provoca alvoroço no setor com o lançamento do ETF Solana.

Reuters11 de nov de 2025 às 16:01
  • O ETF Solana atraiu US$ 420 milhões na primeira semana, segundo dados da LSEG.
  • A vantagem de ser o primeiro a agir é citada como a principal razão para seguir em frente.
  • A NYSE prosseguiu com os lançamentos de ETFs apesar dos riscos de fechamento pela SEC.

Por Suzanne McGee

- A iniciativa bem-sucedida da empresa de criptomoedas Bitwise Asset Management de lançar o primeiro ETF Solana à vista nos EUA, enquanto a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) estava paralisada, alterou drasticamente as regras do jogo e forçou os concorrentes a repensarem seus planos de produto, disseram executivos do setor.

Em 28 de outubro, a Bitwise lançou (link) O ETF Solana Staking BSOL.P, que acompanha o preço à vista da sexta maior criptomoeda, utiliza um processo não testado que não exige aprovação formal da SEC. Isso deu à Bitwise a vantagem de ser pioneira no que os analistas consideram o próximo grande mercado de ETFs de criptomoedas individuais, irritando os concorrentes que adotaram uma abordagem mais cautelosa e agora estão correndo para alcançá-la, disseram meia dúzia de fontes do setor.

O produto já atraiu US$ 420 milhões em sua primeira semana, segundo dados da LSEG. ETFs de "altcoins" como esse podem atrair US$ 14 bilhões durante seus primeiros seis meses, dos quais US$ 6 bilhões podem ser investidos em produtos da Solana, prevê o JPMorgan.

"Nós gostamos de pioneirismo na Bitwise", disse Matt Hougan, diretor de investimentos da empresa, acrescentando: "Estamos seguindo as regras". Um porta-voz da SEC não respondeu ao pedido de comentário em meio à paralisação do governo dos EUA.

'AS APOSTAS SÃO ALTAS'

A manobra da Bitwise alterou as regras do jogo para várias outras emissoras que aguardavam para lançar (link) ETFs de altcoins, disseram as fontes.

No dia seguinte, a Grayscale Investments converteu seu fundo privado existente em um ETF pela mesma via. Outras empresas, incluindo VanEck, Fidelity e Invesco, ajustaram recentemente seus registros para seguir o exemplo da Bitwise. Elas e outras também registraram ETFs atrelados ao XRP da Ripple, conforme mostram os documentos públicos.

Enquanto isso, várias outras instituições emissoras estão avaliando se desejam assumir os mesmos riscos, disseram as fontes.

Segundo analistas, a competição para atrair a atenção dos investidores lançando o produto primeiro é particularmente intensa quando se trata de produtos com poucos outros fatores de diferenciação.

Eles apontam para o ETF de Bitcoin da ProShares BITO.P, que obteve a aprovação da SEC em 2021 apenas alguns dias antes dos concorrentes. O ETF de futuros de bitcoin nunca abdicou de sua dominância, com US$ 2,8 bilhões em ativos, em comparação com apenas US$ 40 milhões de seu concorrente mais próximo.

"Há muito em jogo para quem conseguir aproveitar a vantagem de ser o primeiro a agir", disse Ben Slavin, chefe global de ETFs do BNY, custodiante de muitos gestores de ativos. "Mesmo uma vantagem de um dia" pode determinar quem vai abocanhar milhões de dólares em taxas, afirmou.

PROBLEMAS DE DESLIGAMENTO

Em meados de setembro, a SEC permitiu que as bolsas adotassem padrões genéricos de listagem para ETFs de criptomoedas, acelerando o que era uma longa revisão. Isso abriu caminho para dezenas de ETFs que aguardavam nos bastidores para serem lançados sem a aprovação oficial da SEC.

No entanto, muitos emissores ainda queriam a tradicional aprovação da SEC e estavam hesitantes em testar o novo processo, com a iminente paralisação do governo ameaçando fechar a agência, disseram as fontes.

Um dia antes do ocorrido, em 1º de outubro, a SEC afirmou que as empresas poderiam lançar um produto enquanto a agência estivesse paralisada, desde que alterassem seus registros para alertar os investidores de que o lançamento entraria em vigor automaticamente após 20 dias. Mesmo assim, a SEC advertiu para que os riscos fossem "considerados cuidadosamente". Isso poderia incluir a intervenção da agência para suspender ou retirar o produto caso fossem encontrados problemas, disseram emissores de ETFs e advogados.

Isso deixou a decisão final a cargo das emissoras e das bolsas de valores. A Cboe Global Markets CBOE.Z aconselhou as emissoras a aguardarem a aprovação da SEC, de acordo com quatro fontes que pediram anonimato para discutir assuntos regulatórios. A Bolsa de Valores de Nova York, por sua vez, estava disposta a prosseguir.

Em 23 de outubro, a Bitwise informou em documentos que havia transferido a listagem de seu ETF proposto da CBOE para a NYSE, e que as negociações começaram cinco dias depois. Um porta-voz da Bitwise afirmou que "era importante trazer o BSOL para a maior e mais experiente plataforma de listagem de ETPs do mundo para um produto tão singular".

Utilizando o mesmo processo, a Canary Capital também lançou naquele dia os primeiros ETFs atrelados ao Litecoin e ao Hedera à vista, duas altcoins bem menores, na Nasdaq Stock Market.

"Uma combinação muito singular de eventos nos levou a este ponto, em que alguns emissores se sentiram confortáveis em seguir em frente", disse Thomas Erdosi, chefe de produto da CF Benchmarks, que fornece índices para investidores em criptomoedas, incluindo outros ETFs de criptomoedas.

A NYSE se recusou a comentar. A Cboe não respondeu aos pedidos de comentários. Craig Salm, diretor jurídico da Grayscale, afirmou que o contato da empresa com a SEC no momento da conversão de seu fundo estava "essencialmente concluído".

Os lançamentos escalonados de altcoins representam uma mudança em relação às aprovações gerais anteriores (link) que a SEC concedeu para ETFs de bitcoin e ether — uma abordagem que muitos emissores esperavam que ela adotasse para altcoins. Alguns emissores reclamaram em privado que o processo Solana foi injusto e desordenado, embora outros tenham afirmado que a Bitwise simplesmente seguiu as regras.

"Se você não se mexer, perde a oportunidade de ganhar", disse um deles.

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