WASHINGTON, 12 Mai (Reuters) - O Presidente norte-americano, Donald Trump, planeia assinar, esta segunda-feira, uma ordem executiva sobre os preços dos medicamentos sujeitos a receita médica que visa alinhar os Estados Unidos com o que os outros países pagam, medida que, segundo afirmou nas redes sociais, representaria um corte de 59%.
A sua nova estimativa vem na sequência de comentários feitos no domingo, quando disse nas redes sociais que assinaria a ordem relativa aos preços da "nação mais favorecida", resultando em cortes de 30% a 80%.
Ele tem um evento agendado na Casa Branca com o secretário de Estado da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., às 1330 TMG. Trump não forneceu pormenores sobre os seus planos.
Os Estados Unidos pagam os preços mais elevados pelos medicamentos sujeitos a receita médica, muitas vezes quase três vezes mais que outros países desenvolvidos. Trump tentou, no seu primeiro mandato, alinhar os Estados Unidos com os outros países, mas foi bloqueado pelos tribunais.
Os fabricantes de medicamentos estavam à espera de uma ordem centrada no programa federal de seguro de saúde Medicare para pessoas com 65 anos ou mais e deficientes, segundo quatro lobistas da indústria farmacêutica que disseram ter recebido informações da Casa Branca.
A Reuters noticiou anteriormente que essa política estava a ser considerada.
"Os preços dos medicamentos vão ser reduzidos em 59%", escreveu Trump em letras maiúsculas nas suas redes sociais.
As acções das empresas farmacêuticas mundiais desceram e as acções dos fabricantes de medicamentos norte-americanos caíram entre 2% e 3% na sequência dos seus comentários do fim-de-semana.
Ao contrário da maioria dos países que negoceiam com as empresas os preços pagos pelos medicamentos, os Estados Unidos limitaram as negociações directas e confiaram nos gestores privados de benefícios farmacêuticos para negociar os preços nos planos de seguro.
A Lei de Redução da Inflação do ex-Presidente Joe Biden permitiu que o governo começasse a negociar o preço dos seus medicamentos mais caros.
No entanto, os preços dos primeiros 10 medicamentos sujeitos a receita médica negociados eram, em média, mais do dobro e, nalguns casos, cinco vezes superiores aos preços acordados pelos fabricantes de medicamentos em quatro outros países de elevado rendimento, segundo a Reuters.
Por exemplo, o anti-coagulante mais vendido, o Eliquis, da Bristol Myers Squibb BMY.N, tem um preço de tabela nos Estados Unidos de 606 dólares para um mês de fornecimento. O governo de Biden negociou essa redução para 295 dólares para o Medicare, que será aplicado a partir de 2026, mas o medicamento custa 114 dólares na Suécia e apenas 20 dólares no Japão.
Texto integral em inglês: nL1N3RK0AZ