Por Sneha S K e Siddhi Mahatole
24 Abr (Reuters) - A fabricante de equipamentos médicos Thermo Fisher Scientific TMO.N cortou na quarta-feira sua previsão de lucro anual, em antecipação a um possível impacto da guerra tarifária entre EUA e China e aos cortes propostos pelo governo Trump no financiamento de pesquisas acadêmicas.
A empresa estima uma perda de US$ 400 milhões em suas vendas na China neste ano, o que representa cerca de 8% dos negócios da Thermo Fisher.
O diretor financeiro Stephen Williamson disse que as vendas dos produtos da empresa na China, produzidos em instalações nos EUA, seriam afetadas.
As tarifas são também esperado para aumentar o custo das peças de origem chinesa usadas em seus produtos, que vão de instrumentos de laboratório a kits de teste de diagnóstico, disse a empresa.
A China é uma fonte importante de matérias-primas e suprimentos para as indústrias farmacêutica e de dispositivos médicos em todo o mundo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de importação exorbitantes à China, e o país, por sua vez, respondeu com impostos de retaliação, intensificando ainda mais a guerra comercial global.
A China aumentou os impostos sobre as importações de todos os produtos dos EUA, incluindo produtos farmacêuticos (link) , reagentes químicos e equipamentos de laboratório para 125%.
A administração Trump também começou a cortar o financiamento para universidades e organismos de investigação (link), e anunciou demissões em massa em agências federais de saúde.
Essas ações impactarão a Thermo Fisher, que fornece serviços, incluindo pesquisa contratada, para empresas de biotecnologia e instituições acadêmicas.
A empresa, no entanto, planeja mitigar o impacto por meio de um aumento nos investimentos em manufatura nos EUA na faixa de cerca de US$ 2 bilhões, mudanças na cadeia de suprimentos e "ações de preços".
A Thermo Fisher espera um lucro ajustado para 2025 na faixa de US$ 21,76 a US$ 22,84 por ação, em comparação com sua previsão anterior de US$ 23,10 a US$ 23,50 e a expectativa média dos analistas de US$ 23,25, de acordo com dados compilados pela LSEG.
No primeiro trimestre encerrado em 29 de março, a empresa lucrou US$ 5,15 por ação em uma base ajustada, superando a estimativa média dos analistas de US$ 5,10.
A empresa relatou uma receita de US$ 10,36 bilhões, acima das estimativas de US$ 10,23 bilhões.