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MERCADOS GLOBAIS-Treasuries e dólar enfrentam liquidação com temores de recessão por guerra comercial de Trump

Reuters9 de abr de 2025 às 15:21

Por Caroline Valetkevitch e Amanda Cooper

- A mais recente escalada na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China abalou os mercados globais novamente nesta quarta-feira, com os Treasuries e o dólar norte-americano caindo em meio à liquidação de alguns ativos dos EUA.

As tarifas de 104% do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a China entraram em vigor nesta quarta-feira, provocando uma rápida retaliação de Pequim na forma de taxas de 84% sobre as importações dos EUA.

Os Treasuries sofriam nova pressão de venda nesta quarta-feira, em um sinal de que os investidores estão se desfazendo de seus ativos mais seguros e indo atrás de dinheiro.

A forte venda de Treasuries lembrou, para alguns, a corrida por dinheiro no início da pandemia de Covid-19 em março de 2020, e reacendeu os temores de fragilidade no maior mercado de títulos do mundo.

Muitos investidores temem que as tarifas de Trump sejam suficientemente severas para desencadear uma recessão e forçar o Federal Reserve a reduzir a taxa de juros, e por isso se desfizeram de seus Treasuries, elevando os rendimentos à medida que os preços dos títulos caíam.

A saída aparentemente em massa dos Treasuries e do dólar - efetivamente a espinha dorsal do sistema financeiro global - pode ser sintomática de uma perda mais ampla no desejo dos investidores de manter ativos dos EUA em geral e "o fim de uma era", de acordo com George Saravelos, chefe de pesquisa cambial do Deutsche Bank.

"Estamos testemunhando um colapso simultâneo no preço de todos os ativos dos EUA, incluindo ações, o dólar em relação ao câmbio de reserva alternativo e o mercado de títulos. Estamos entrando em um território desconhecido no sistema financeiro global", disse ele.

O dólar - geralmente um porto seguro em tempos de turbulência - recuava com os investidores fugindo para o franco suíço e o ouro.

O índice do dólar =USD, que mede o dólar em relação a uma cesta de moedas, incluindo o iene e o euro, caía 0,5%, para 102,26, com o euro EUR= subindo 0,78%, a US$1,1037. Em relação ao iene japonês JPY=, o dólar enfraquecia 0,98%, para 144,84.

Contra o franco suíço CHF=, o dólar perdia 1,01%, para 0,839. O ouro à vista XAU= tinha alta de 3,03%, a US$3.074,35 a onça.

O rendimento das notas de referência de 10 anos dos EUA US10YT=RR subia 12,4 pontos-base para 4,384%, de 4,26% no final da terça-feira.

As ações dos EUA estavam em território positivo, com os investidores avaliando se as recentes vendas acentuadas podem ter sido exageradas, embora as negociações permaneçam instáveis, como tem sido durante toda a semana.

Até o fechamento de terça-feira, as empresas do S&P 500 haviam perdido US$5,8 trilhões em valor de mercado desde o anúncio das tarifas de Trump na última quarta-feira, a maior perda em quatro dias desde que o índice de referência foi criado na década de 1950, de acordo com dados da LSEG.

O índice Cboe de volatilidade .VIX, indicador de medo de Wall Street, tinha queda. Nesta semana, ele atingiu seu nível mais alto desde agosto.

O Dow Jones Industrial Average .DJI subia 0,18%, para 37.710,77 pontos, enquanto o S&P 500 .SPX tinha alta de 0,42%, a 5.003,55 pontos, e o Nasdaq Composite .IXIC ganhava 1,18%, para 15.448,54 pontos.

O indicador da MSCI de ações de todo o mundo .MIWD00000PUS tinha queda de 0,26%, para 741,06. O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX recuava 2,97%.

(Reportagem adicional de Stella Qiu em Sydney)

((Tradução Redação São Paulo))

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