Incerteza global e pressão de commodities pesam sobre Ibovespa

Por Julio Alves

Investing.com – O Ibovespa iniciou esta terça-feira em território positivo, refletindo o alívio observado nos mercados internacionais, após dias de forte estresse, mas perdeu fôlego ao longo da manhã e operava perto da estabilidade no início da tarde, impactado pelo desempenho negativo de grandes exportadoras brasileiras e pela tensão que ainda persiste no cenário comercial global.

O impulso inicial veio da tentativa de recuperação dos ativos internacionais, após sucessivas quedas causadas pelas ameaças tarifárias do governo dos Estados Unidos, que reacenderam o temor de uma guerra comercial com a China. A expectativa de que as tensões pudessem abrir caminho para novas negociações gerou um breve movimento de correção, com investidores em busca de oportunidades entre os papéis mais penalizados nos últimos pregões.

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Por volta das 13h15, o Ibovespa recuava 0,04%, aos 125.540 pontos. A virada do índice refletia a reversão nas ações da Vale (BVMF:VALE3), que despencava 2,94%, e da Petrobras (BVMF:PETR4), cujos papéis recuavam cerca de 0,45%. O mercado segue atento a possíveis interferências políticas nos preços da petroleira.

A instabilidade no mercado brasileiro ocorre em meio à escalada das tensões entre Washington e Pequim. O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor uma nova rodada de tarifas de 50% sobre produtos chineses, caso a China não retire as sobretaxas de 34% aplicadas recentemente. Caso essa nova medida seja efetivada, as tarifas totais sobre os produtos chineses podem chegar a 104%, somando as alíquotas já existentes. A resposta chinesa, por sua vez, promete ser proporcional, o que mantém os mercados globais em alerta máximo.

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Apesar do cenário externo turbulento, indicadores domésticos também seguem no radar dos investidores. O resultado das contas públicas brasileiras divulgado nesta manhã revelou déficit primário de R$ 18,97 bilhões em fevereiro, o melhor resultado para o mês desde 2022 e abaixo das expectativas do mercado. Ainda assim, a percepção de risco fiscal segue elevada, diante da necessidade de ajustes estruturais mais profundos para conter o avanço da dívida pública.

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