7 Mar (Reuters) - Dois pousos na Lua em menos de uma semana voltaram a chamar a atenção para startups espaciais, já que a Nasa conta com empresas privadas para enviar cargas científicas à superfície lunar a um custo menor antes que os EUA enviem astronautas para lá por volta de 2027.
O segundo módulo lunar da Intuitive Machines LUNR.O, Athena, aparentemente pousou de lado perto do polo sul da Lua na quinta-feira, tornando a missão "fora do nominal". A missão da empresa no ano passado se tornou o primeiro pouso dos EUA na superfície lunar em mais de meio século.
A missão de quinta-feira ocorreu após um pouso bem-sucedido da Firefly Aerospace em sua primeira tentativa no fim de semana.
Aqui estão algumas empresas trabalhando para explorar as oportunidades:
MÁQUINAS INTUITIVAS
A Intuitive Machines, liderada por ex-funcionários da Nasa, tem mais uma missão planejada para levar ferramentas de pesquisa adicionais à superfície lunar para a Nasa.
No entanto, a empresa adiou a missão, programada para o ano que vem, para aguardar a implantação de seu satélite de comunicações.
O módulo de pouso Odysseus da empresa sediada no Texas teve um pouso difícil em sua primeira missão em fevereiro passado. Ainda assim, a missão foi considerada um sucesso, pois as cargas úteis conseguiram executar suas tarefas.
VAGALUME AEROESPACIAL
A empresa, sediada em Cedar Park, Texas, teve sucesso em sua primeira tentativa de pousar na Lua com sua nave espacial não tripulada Blue Ghost no domingo, dando início a uma missão de pesquisa de duas semanas.
A Firefly, apoiada pela AE Industrial Partners, tem um contrato de US$ 101 milhões para a missão Blue Ghost do programa Commercial Lunar Payload Services da Nasa.
A empresa levantou US$ 175 milhões em uma rodada de financiamento de última hora liderada pela RPM Ventures, com uma avaliação de mais de US$ 2 bilhões, informou a empresa no ano passado.
ESPAÇO
A SpaceX de Elon Musk - uma das startups mais valiosas do mundo, com uma avaliação de cerca de US$ 350 bilhões - liderou nos últimos anos os esforços do setor privado na indústria espacial com seus foguetes reutilizáveis e satélites de banda larga.
No entanto, na quinta-feira, seu oitavo lançamento de teste do megafoguete Starship, destinado a levar humanos a Marte, explodiu no espaço poucos minutos após o lançamento do Texas, marcando o segundo fracasso consecutivo da empresa neste ano.
A Starlink da empresa é uma constelação de mais de 7.000 satélites, de acordo com um banco de dados criado pelo astrônomo Jonathan McDowell. A rede fornece banda larga para partes da Terra.
LABORATÓRIO DE FOGUETES
A Rocket Lab RKLB.O, fundada em 2006 pelo neozelandês Peter Beck, é amplamente considerada uma das empresas mais promissoras do "Novo Espaço", pois é o lançador privado de foguetes mais frequente depois da SpaceX.
A empresa forneceu à Firefly três painéis solares de alta eficiência e seus pacotes de software MAX Flight e MAX Ground Data para a missão Blue Ghost.
A Rocket Lab está atualmente desenvolvendo um foguete de média capacidade chamado Neutron para transportar cargas mais pesadas ao espaço.
ORIGEM AZUL
A Blue Origin, empresa aeroespacial fundada pelo bilionário Jeff Bezos, foi selecionada pela Nasa para desenvolver seu sistema de pouso humano Blue Moon para a missão Artemis V, com um valor total de contrato de US$ 3,4 bilhões.
A Blue Origin planeja lançar seu módulo de carga não tripulado Mark 1 para a Lua este ano para testar o hardware. O Mark 1 pode entregar cerca de 3.000 kg de carga em um único lançamento usando o foguete New Glenn, que foi testado com sucesso no início deste ano.
Em 2023, a agência dos EUA também concedeu à Blue Origin US$ 35 milhões para desenvolver sua tecnologia Blue Alchemist para produzir células solares e oxigênio de forma autônoma a partir de poeira lunar e rocha britada.
A empresa também compete com a Virgin Galactic SPCE.N do magnata britânico Richard Branson para turismo espacial. No mês passado, a Blue Origin anunciou uma tripulação exclusivamente feminina a bordo de seu foguete New Shepard para a borda do espaço.