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Cúpula do G20 na África do Sul adota declaração apesar de boicote e oposição dos EUA

Reuters22 de nov de 2025 às 14:38

Por Tim Cocks e Julia Payne e Nqobile Dludla

- A cúpula do Grupo dos 20 na África do Sul adotou uma declaração que aborda a crise climática e outros desafios globais, neste sábado, depois de ter sido redigida sem a contribuição dos EUA, em uma ação que uma autoridade da Casa Branca chamou de "vergonhosa".

A declaração, que usa uma linguagem à qual Washington se opõe, "não pode ser renegociada", disse porta-voz do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa aos repórteres, refletindo as tensões entre Pretória e o governo Trump sobre o evento.

"Tivemos o ano inteiro de trabalho para essa adoção e a última semana foi bastante intensa", declarou porta-voz.

Ramaphosa, anfitrião da reunião deste fim de semana dos líderes do G20 em Johanesburgo, havia dito anteriormente que havia um "consenso esmagador" para uma declaração de cúpula.

DECLARAÇÃO MENCIONA MUDANÇA CLIMÁTICA

Os enviados do G20 -- que reúne as principais economias do mundo -- redigiram um esboço da declaração dos líderes na sexta-feira sem o envolvimento dos EUA, segundo quatro fontes familiarizadas com o assunto.

A declaração usou o tipo de linguagem que há muito tempo não agrada ao governo Trump, ao enfatizar a seriedade da mudança climática e a necessidade de se adaptar melhor a ela, elogiar metas ambiciosas para impulsionar a energia renovável e observar os níveis punitivos de serviço da dívida sofridos pelos países pobres.

A menção à mudança climática foi uma afronta ao presidente dos EUA, Donald Trump, que duvida do consenso científico de que o aquecimento global é causado por atividades humanas. As autoridades dos EUA indicaram que se oporiam a qualquer referência a ela na declaração.

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

No discurso de abertura da cúpula, Ramaphosa afirmou: "Houve um consenso e uma concordância esmagadores de que uma das outras tarefas que devemos realizar logo no início é ... adotar nossa declaração".

"Não devemos permitir que nada diminua o valor, a estatura e o impacto da primeira presidência africana do G20", disse ele.

Seu tom ousado foi um contraste com seu decoro durante visita à Casa Branca em agosto, na qual ele suportou Trump repetindo uma falsa alegação de que houve um genocídio de fazendeiros brancos na África do Sul, ignorando os esforços de Ramaphosa para corrigir os fatos.

Trump disse que autoridades norte-americanas não participariam da cúpula devido a alegações, amplamente desacreditadas, de que o governo de maioria negra do país anfitrião persegue sua minoria branca.

(Reportagem de Tim Cocks, Nqobile Dludla, Anathi Madubela, Alexander Winning, Nellie Peyton, Sfundo Parakozov e Sisipho Skweyiya)

((Tradução Redação São Paulo))

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