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Príncipe Andrew, do Reino Unido, abdica do título de duque de York

Reuters17 de out de 2025 às 20:32

Por Michael Holden

- O príncipe Andrew, do Reino Unido, anunciou nesta sexta-feira que vai desistir do título de duque de York após anos de críticas sobre seu comportamento e suas ligações com o falecido criminoso sexual norte-americano Jeffrey Epstein.

A reputação de Andrew, irmão mais novo do rei Charles e segundo filho da falecida rainha Elizabeth, foi arranhada nos últimos anos, principalmente por causa de suas ligações com Epstein.

E uma decisão judicial no ano passado também revelou que um de seus parceiros comerciais mais próximos era considerado pelo governo britânico como um espião chinês. Na época, Andrew disse que havia interrompido todos os contatos com o indivíduo.

Em uma declaração nesta sexta-feira, Andrew disse que "as contínuas acusações sobre mim" desviaram a atenção do trabalho de seu irmão mais velho, o rei Charles, e do trabalho mais amplo da família real britânica.

"Decidi, como sempre fiz, colocar meu dever para com minha família e meu país em primeiro lugar. Mantenho minha decisão de cinco anos atrás de me afastar da vida pública", disse Andrew.

"Com a concordância de Sua Majestade, sentimos que agora devo dar um passo adiante. Portanto, não usarei mais o título ou as honras que me foram conferidas. Como já disse anteriormente, nego veementemente as acusações contra mim."

Andrew, de 65 anos, o oitavo na linha de sucessão ao trono, já foi considerado um oficial da marinha arrojado e serviu nas Forças Armadas durante a Guerra das Malvinas com a Argentina no início da década de 1980.

Mas foi forçado a sair do cargo de embaixador comercial itinerante do Reino Unido em 2011, antes de deixar todos os deveres reais em 2019 e, em seguida, foi destituído de suas ligações militares e patrocínios reais em 2022 em meio a alegações de má conduta sexual que sempre negou.

Naquele ano, ele encerrou um processo movido por Virginia Giuffre, falecida em abril, que o acusou de abusar sexualmente dela quando ela era adolescente. Andrew sempre negou o relato dela, que voltou a ganhar destaque na última semana com o lançamento de suas memórias.

Em seu livro, ela disse que Andrew acreditava que era seu direito de nascença ter relações sexuais com ela, de acordo com trechos publicados pelo jornal Guardian.

De acordo com uma pesquisa recente da YouGov, 67% dos britânicos apoiam a retirada dos títulos reais restantes de Andrew, com 13% se opondo à medida. Uma pesquisa separada revelou que apenas 5% dos entrevistados tinham uma opinião favorável sobre ele.

Andrew, que já havia desistido de ser chamado de "Sua Alteza Real", continua sendo um príncipe e continuará morando em Royal Lodge, uma grande propriedade nos arredores do Castelo de Windsor, um palácio real histórico a oeste de Londres.

Entretanto, ele não participará mais das reuniões anuais de Natal da realeza em Sandringham, residência real no leste da Inglaterra.

Suas filhas, as princesas Beatrice e Eugenie, não serão afetadas, mas sua ex-esposa Sarah Ferguson também não será mais conhecida como a duquesa de York.

Em setembro, instituições de caridade cortaram seus vínculos com ela após ela descrever Epstein como um "amigo supremo" em um email três anos depois de ele se declarar culpado, em 2008, de uma acusação de prostituição na Flórida e concordar em se registrar como agressor sexual.

Além dos laços com Epstein que o perseguiram, as relações comerciais de Andrew também se mostraram problemáticas.

Em dezembro passado, documentos judiciais revelaram que um empresário chinês que havia sido autorizado a agir em nome de Andrew para buscar investidores na China havia sido banido do Reino Unido por motivos de segurança nacional.

Os documentos revelaram que o empresário, que o governo britânico acreditava ser um espião, havia sido convidado para a festa de aniversário de Andrew.

(Reportagem de Michael Holden)

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM

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