
Por Andrea Shalal
WASHINGTON, 16 Out (Reuters) - O G20, liderado este ano pela África do Sul, afirmou nesta quinta-feira que o risco de uma crise sistêmica de dívida parece estar amplamente contido, mas muitos países vulneráveis de baixa e média renda ainda enfrentam altos custos de financiamento e outros desafios que limitam sua capacidade de impulsionar o crescimento.
Autoridades financeiras do G20 emitiram uma declaração sobre a dívida durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington, pedindo mais trabalho para impulsionar a sustentabilidade de dívida, aumentar a transparência e dar aos países mutuários mais voz no processo.
Os líderes se comprometeram a continuar fortalecendo a Estrutura Comum do G20 para o Tratamento de Dívida de uma "maneira previsível, oportuna, ordenada e coordenada", observando que vários países devedores precisavam de "mais assistência internacional".
Essa frase veio em meio a indicações de autoridades sênior do FMI e do Banco Mundial de que a ênfase agora é que os países "cresçam para sair da dívida", em vez de esperar pelo alívio da dívida.
A declaração do G20, seu primeiro comunicado separado sobre dívida desde a pandemia da Covid-19, foi muito aguardada, em meio a enormes cortes na ajuda ao desenvolvimento por parte dos Estados Unidos, que assumirão a presidência do G20 no próximo ano, e de outros países ricos.
No entanto, alguns ativistas do alívio da dívida disseram que a reunião ficou aquém do esperado.
"A Declaração Ministerial do G20 sobre Sustentabilidade da Dívida, liderada pela Presidência da África do Sul, é inadequada e pouco ambiciosa, ficando muito aquém do que é necessário para enfrentar a pior crise da dívida que o mundo já viu", disse Iolanda Fresnillo, da Rede Europeia sobre Dívida e Desenvolvimento.
Ela disse que a declaração não incluiu novas iniciativas e revelou as deficiências do G20 para lidar com crises reais.
Autoridades sênior dos EUA e da China participaram de uma reunião na quarta-feira da Mesa Redonda sobre a Dívida Soberana Global nas reuniões do FMI e do Banco Mundial, onde participantes ressaltaram o compromisso contínuo das duas economias em continuar a tratar dos problemas persistentes da dívida dos países em desenvolvimento.
A dívida global está em níveis recordes, mas muitos mercados emergentes reduziram seus índices de dívida em relação ao Produto Interno Bruto, embora ainda enfrentem pagamentos esmagadores do serviço da dívida e tenham sido excluídos dos mercados de capitais pelas economias avançadas.
((Tradução Redação Brasília))
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