Por Bhargav Acharya
TORONTO, 5 Set (Reuters) - A diretora sul-africana Zamo Mkhwanazi não tem interesse em dar uma aula de história sobre o apartheid quando o público assistir ao seu filme "Laundry" no Festival Internacional de Cinema de Toronto - em vez disso, ela quer que eles entendam as escolhas impossíveis, as limitações e as ameaças que os negros enfrentavam sob um regime brutal.
Ambientado em 1968, o longa-metragem de estreia dela acompanha a história da luta de uma família negra entre sonhos, deveres e lealdade, enquanto eles vivem a vida na África do Sul durante o apartheid e administram uma lavanderia em um bairro só para brancos.
O filme gira em torno do personagem Khuthala Sithole, um jovem rebelde que sonha em viajar pelo mundo como músico ao lado de uma cantora local, que também é amante de seu pai.
"A história é realmente sobre a tensão entre a maioridade (...) de um jovem músico e a vida em um mundo onde ele não tem permissão para explorar seus sonhos", disse Zamo Mkhwanazi à Reuters antes da estreia do filme na sexta-feira.
Mas ela não quer que o público se perca nos detalhes de como o sistema do apartheid funcionava.
"Para mim, o importante é que o público entenda as constantes limitações, as constantes ameaças que as pessoas têm de enfrentar em suas vidas, seus sonhos e sua humanidade básica", afirmou a diretora.
Os negros da África do Sul sofreram discriminação durante séculos sob o colonialismo e o apartheid antes de o país se tornar uma democracia multipartidária em 1994, sob o comando do herói da libertação Nelson Mandela.
"Estou trabalhando nesse filme há cerca de dez anos. Mas parece que não poderia haver um momento mais importante para ele ser lançado", disse ela.
((Tradução Redação Brasília))
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