WASHINGTON, 1 Set (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que a Índia ofereceu reduzir a zero suas tarifas sobre produtos norte-americanos, mesmo com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fazendo demonstrações públicas de solidariedade aos líderes chineses e russos diante da pressão comercial de Washington.
Ao chamar o relacionamento dos EUA com a Índia de "unilateral", Trump escreveu em sua plataforma Truth Social: "Eles agora ofereceram reduzir suas tarifas a nada, mas está ficando tarde. Eles deveriam ter feito isso anos atrás".
A Embaixada da Índia em Washington não respondeu imediatamente aos comentários de Trump, que se seguiram à implementação de tarifas totais de até 50% sobre produtos indianos, o que levantou questões sobre o futuro do relacionamento entre os EUA e a Índia.
O comentário de Trump foi feito enquanto Modi está na China para uma cúpula de mais de 20 líderes de países não ocidentais da Organização de Cooperação de Xangai, uma iniciativa apoiada pela China que ganhou novo ímpeto com a ofensiva tarifária global de Trump.
Na cúpula, o presidente chinês, Xi Jinping, apresentou sua visão de uma nova ordem econômica e de segurança global que prioriza o "Sul Global", em um desafio direto aos EUA.
O relacionamento entre os EUA e a Índia se fortaleceu nos últimos anos, inclusive durante o primeiro mandato de Trump, devido às preocupações comuns sobre o crescente poder da China, mas Trump ameaçou as tarifas sobre a Índia depois que o país se recusou a parar de comprar petróleo russo, desafiando seus esforços para acabar com a guerra de Moscou na Ucrânia.
Na China, em uma imagem criada para transmitir solidariedade, Putin e Modi foram mostrados de mãos dadas enquanto caminhavam jovialmente em direção a Xi antes da abertura da cúpula. Os três ficaram lado a lado, rindo e cercados por intérpretes.
Pequim usou a cúpula para estreitar os laços com Nova Délhi. Modi, visitando a China pela primeira vez em sete anos, e Xi concordaram no domingo que seus países são parceiros de desenvolvimento, não rivais, e discutiram maneiras de melhorar o comércio.
O Departamento de Estado dos EUA e a Casa Branca não responderam imediatamente aos pedidos de comentários sobre as reuniões na China.
(Reportagem de Jasper Ward e David Brunnstrom)
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS CMO