Por Helen Coster e James Oliphant
NOVA YORK, 29 Jul (Reuters) - Na semana passada, os moradores de Columbus, no Estado norte-americano de Indiana, acordaram com um outdoor amarelo comprado pelo Comitê Nacional Democrata: "Sob o comando de Trump, a Columbus Regional Health está cortando serviços médicos".
Enquanto isso, o Comitê Nacional Republicano do Congresso dos Estados Unidos, que supervisiona as disputas para a Câmara dos Deputados dos EUA, lançou este mês uma campanha publicitária digital divulgando os cortes de impostos do presidente Donald Trump e culpando os democratas pelo aumento da inflação.
À medida que os membros do Congresso retornam aos seus distritos de origem para o recesso de agosto, os partidos Democrata e Republicano estão lançando anúncios centrados na lei de corte de impostos e gastos que Trump sancionou em 4 de julho, em um início não oficial da campanha para as eleições legislativas de meio de mandato de 2026.
Os democratas estão concentrando sua mensagem no acesso à saúde, disseram à Reuters três agentes do partido e três funcionários de grupos aliados. Os republicanos estão contra-argumentando que as provisões tributárias colocarão mais dinheiro no bolso dos eleitores -- especialmente trabalhadores assalariados e idosos, disseram quatro agentes do partido.
O projeto de lei torna permanentes os cortes de impostos de Trump em 2017 e financia sua repressão à imigração, ao mesmo tempo em que reduz a assistência médica e a ajuda alimentar.
Ele destina US$170 bilhões para a fiscalização da imigração, enquanto corta US$1,1 trilhão do Medicaid e de outros programas de saúde pública e US$186 bilhões em assistência alimentar.
O não partidário Congressional Budget Office estimou que 10 milhões de pessoas perderiam seus planos de saúde até 2034 como resultado do projeto de lei, e que as disposições fiscais e o aumento da imigração e dos gastos militares aumentariam o déficit federal em US$3,4 trilhões na próxima década.
"A opinião dos eleitores sobre Trump e a economia pode ser o fator mais importante no próximo outono (no Hemisfério Norte), mas também o é a opinião dos eleitores sobre a resposta republicana às suas preocupações", disse Jacob Rubashkin, analista apartidário da Inside Elections.
Os estrategistas republicanos admitem que os democratas, que fizeram campanha contra o projeto de lei enquanto ele tramitava na Câmara e no Senado controlados pelos republicanos, estão começando com uma vantagem nas mensagens sobre a legislação. Mas eles dizem que têm muito tempo para vender os benefícios do projeto de lei.
"Usaremos todas as ferramentas para mostrar aos eleitores que as disposições desse projeto de lei são amplamente populares", disse Mike Marinella, porta-voz do Comitê Nacional Republicano do Congresso.
O Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês) tinha US$81 milhões em dinheiro no final de junho, de acordo com dados da Comissão Federal Eleitoral, em comparação com os US$15 milhões do Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) no mesmo período. O DNC ficou atrás do RNC na arrecadação de fundos na primeira metade do ano, ao mesmo tempo em que aprofundou seus compromissos financeiros, gastando em todos os Estados, como mostram as divulgações da comissão.
O RNC também tem um grande trunfo em um presidente em exercício que ainda está realizando campanhas de arrecadação de fundos para grandes doadores.
"No final das contas, os democratas tiveram um avanço nas mensagens", disse um agente republicano do Senado que pediu para permanecer anônimo para discutir a estratégia do partido. "Eles venceram a batalha. Agora temos que nos concentrar em vencer a guerra."
Os republicanos só podem se dar ao luxo de perder duas das 220 cadeiras que possuem na Câmara para manter o controle. No Senado, eles têm uma vantagem de 53 a 47.
(Reportagem de Helen Coster, em Nova York, e James Oliphant, em Washington; Reportagem adicional de Jason Lange, em Washington)
((Tradução Redação São Paulo))
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