NOVA DELI, 29 Jul (Reuters) - O regulador da aviação da Índia encontrou 51 falhas de segurança na Air India na sua auditoria de Julho, incluindo falta de formação adequada de alguns pilotos, utilização de simuladores não aprovados e um sistema de escalas de serviço deficiente, segundo um relatório governamental visto pela Reuters.
A auditoria anual não está relacionada com o acidente mortal com o Boeing 787 no mês passado, que matou 260 pessoas em Ahmedabad, mas as suas conclusões surgem numa altura em que a companhia aérea enfrenta um novo escrutínio após o acidente.
A companhia aérea, propriedade do Grupo Tata, já está a ser alvo de avisos por ter posto aviões a funcionar sem verificar o equipamento de emergência, por não ter mudado as peças do motor a tempo e por ter falsificado registos, para além de outras falhas relacionadas com a gestão da fadiga da tripulação.
O relatório de auditoria confidencial de 11 páginas da Direcção-Geral da Aviação Civil (DGCA) assinalou sete infracções significativas de "nível I", que têm de ser corrigidas até 30 de Julho, e 44 outros incumprimentos classificados que têm de ser resolvidos até 23 de Agosto.
Responsáveis afirmaram ter encontrado "lacunas na formação recorrente" de alguns pilotos dos Boeing BA.N 787 e 777 não especificados, afirmando que não tinham completado as suas tarefas de monitorização - em que não voam mas observam o funcionamento dos instrumentos no cockpit - antes das avaliações periódicas obrigatórias.
A frota da Air India inclui 34 Boeing 787 e 23 Boeing 777, segundo o Flightradar24.
Assinalando os riscos operacionais e de segurança, responsáveis escreveram no seu relatório que a Air India não efectuou "avaliações adequadas das rotas" para alguns dos chamados aeroportos de categoria C - que podem ter uma configuração ou terreno difíceis - e efectuou formação para esses aeródromos com simuladores que não cumpriam as normas de qualificação.
"Este facto pode ser responsável pela não consideração dos riscos de segurança durante as aproximações a aeroportos difíceis", refere o relatório de auditoria da DGCA.
Numa declaração à Reuters, a Air India afirmou que foi "totalmente transparente" durante a auditoria. Acrescentou que irá "apresentar a nossa resposta ao regulador dentro do prazo estipulado, juntamente com os detalhes das acções corretivas".
Um relatório preliminar sobre o acidente de Junho revelou que os interruptores de controlo do combustível foram accionados quase simultaneamente após a descolagem e que houve confusão entre os pilotos no 'cockpit'. Um piloto perguntou ao outro porque é que tinha cortado o combustível e o outro respondeu que não o tinha feito, segundo o relatório.
Texto integral em inglês: nL6N3TQ0DR