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Israel anuncia pausas diárias nos combates em Gaza e permite lançamentos aéreos de ajuda

Reuters27 de jul de 2025 às 15:35

Por Nidal al-Mughrabi e Charlotte Greenfield e Dawoud Abu Alkas

- Israel anunciou neste domingo que vai interromper suas operações militares diariamente durante 10 horas por dia em áreas de Gaza e permitir novos corredores de ajuda, enquanto Jordânia e Emirados Árabes Unidos lançaram suprimentos por via aérea no enclave, onde imagens de palestinos famintos alarmaram o mundo.

Israel tem enfrentado crescentes críticas internacionais sobre a crise humanitária em Gaza -- que o governo rejeita -- e as negociações indiretas de cessar-fogo em Doha com o grupo militante palestino Hamas foram interrompidas sem nenhum acordo à vista.

As atividades militares serão interrompidas das 10h às 20h até novo aviso em Al-Mawasi, área humanitária ao longo da costa, no centro de Deir al-Balah e na Cidade de Gaza, ao norte.

A Jordânia e os Emirados Árabes Unidos lançaram 25 toneladas de ajuda na Faixa de Gaza neste domingo, em seu primeiro lançamento aéreo em meses, disse uma fonte oficial jordaniana.

Segundo a autoridade, os lançamentos aéreos não substituem a entrega por terra.

Autoridades de saúde palestinas na Cidade de Gaza disseram que pelo menos 10 pessoas foram feridas pela queda de caixas de ajuda.

O Exército israelense afirmou que rotas seguras para comboios de entrega de alimentos e medicamentos também estarão em vigor entre 6h e 23h a partir deste domingo.

O chefe de ajuda da ONU, Tom Fletcher, disse que a equipe vai intensificar os esforços para alimentar os famintos durante as pausas nas áreas designadas.

"Nossas equipes em campo... farão tudo o que puderem para alcançar o maior número possível de pessoas famintas nessa janela", disse ele no X.

Autoridades de saúde dos hospitais Al-Awda e Al-Aqsa, no centro da Faixa de Gaza, disseram que disparos israelenses mataram pelo menos 17 pessoas e feriram outras 50 que esperavam por caminhões de ajuda neste domingo. As Forças Armadas de Israel não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Dezenas de habitantes de Gaza morreram de inanição nas últimas semanas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, no enclave administrado pelo Hamas.

O ministério relatou seis novas mortes nas últimas 24 horas devido à inanição, elevando o total de mortes por desnutrição e fome para 133, incluindo 87 crianças.

No sábado, uma bebê de cinco meses de idade, Zainab Abu Haleeb, morreu de desnutrição no Hospital Nasser, em Khan Younis, informaram os profissionais de saúde.

"Três meses dentro do hospital e é isso que recebo em troca, que ela está morta", disse sua mãe, Israa Abu Haleeb, ao lado do pai da bebê enquanto ele segurava o corpo da filha envolto em uma mortalha branca.

O Crescente Vermelho egípcio disse que estava enviando mais de 100 caminhões carregando mais de 1.200 toneladas de alimentos para o sul de Gaza neste domingo.

Uma fonte oficial palestina disse na tarde deste domingo que os caminhões estavam sendo inspecionados em Kerem Shalom e ainda não haviam entrado em Gaza.

Grupos de ajuda humanitária alertaram na semana passada para a fome generalizada entre os 2,2 milhões de habitantes de Gaza e que o alarme internacional sobre a situação humanitária aumentou, impulsionando a decisão do presidente francês Emmanuel Macron de anunciar que vai reconhecer um Estado palestino em setembro.

Um grupo de 25 países, incluindo o Reino Unido, a França e o Canadá, condenou na semana passada a "alimentação gota a gota de ajuda" e disse que a negativa de ajuda humanitária essencial por parte de Israel era inaceitável.

Israel, que cortou a ajuda a Gaza desde o início de março e a reabriu com novas restrições em maio, diz que está comprometido em permitir a entrada de ajuda, mas deve controlá-la para evitar que seja desviada por militantes.

O governo israelense afirma que permitiu a entrada de alimentos suficientes em Gaza durante a guerra e culpa o Hamas pelo sofrimento da população de Gaza.

Israel e os EUA pareciam ter abandonado na sexta-feira as negociações de cessar-fogo com o Hamas, alegando que os militantes não queriam um acordo.

(Reportagem de Nidal al-Mughrabi, Charlotte Greenfield, Dawoud Abu Alkas, Jaidaa Taha e Mayaan Lubell)

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM

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