Por Sergio Goncalves
LISBOA, 26 Mai (Reuters) - O maior banco português cotado em bolsa, o Millennium bcp BCP.LS, não precisa de acordos, como a eventual compra do rival Novo Banco, de menor dimensão, para se manter à frente da concorrência, afirmou, esta segunda-feira, o CEO Miguel Maya.
O Novo Banco, detido em 75% pelo fundo de capitais privados norte-americano Lone Star, não cotado em bolsa e o quarto maior banco português, está a preparar uma oferta pública inicial de 25% a 30% do seu capital, mas uma venda total não está excluída.
Os analistas vêem o Millennium bcp como um potencial comprador para manter a sua liderança no mercado.
"Não temos de nos consolidar (com outro banco) para sermos mais competitivos", disse Maya, numa conferência bancária, quando questionado sobre a posição do seu banco no contexto da venda do Novo Banco.
"Obviamente que vamos analisar todas as oportunidades que possam surgir, mas com muito rigor .... Não é o mais forte que ganha, mas sim o mais ágil", afirmou.
O ministro das Finanças em exercício, Joaquim Miranda Sarmento, disse, na semana passada, que Portugal estava preocupado com a excessiva dependência do seu sector bancário em relação à vizinha Espanha e considerou a possibilidade de um banco espanhol comprar o Novo Banco como contrária aos interesses do país.
O banco espanhol Caixabank CABK.MC, proprietário do quinto maior banco português, o BPI, está a considerar a possibilidade de apresentar uma proposta de compra do Novo Banco, disse uma fonte conhecedora do assunto, confirmando notícias recentes da imprensa espanhola. O Caixabank não quis comentar.
Maya disse ser "bom manter este equilíbrio" entre os bancos espanhóis a operar em Portugal e os bancos locais, com um forte banco estatal, a Caixa Geral de Depósitos, e o Millennium bcp como os maiores actores em termos de financiamento da economia.
Texto integral em inglês: nL5N3RY0N7