TAKASAKI, JAPÃO, 23 Mai (Reuters) - Há quatro décadas, o pai de Hiroko Suzuki ultrapassou as dificuldades de uma guerra comercial nos EUA, empurrando a empresa familiar de peças de automóvel para novos produtos de nicho. Agora, as tarifas impostas pela administração Trump são tão abrangentes que ameaçam a sua própria tentativa de diversificar a empresa de 78 anos para dispositivos médicos.
O primeiro-ministro Shigeru Ishiba classificou as tarifas americanas, incluindo 25% sobre os automóveis, como uma "crise nacional" para a quarta maior economia do mundo. O principal negociador comercial do Japão, Ryosei Akazawa, deslocou-se a Washington na sexta-feira para uma terceira ronda de conversações.
A preocupação é evidente em empresas como a Kyowa Industrial, um fabricante de protótipos e componentes para carros de corrida com sede em Takasaki, a norte de Tóquio. A Kyowa, que emprega 120 pessoas, foi um dos seis fornecedores de automóveis que disseram à Reuters estar preocupados com a sua capacidade de resistir à pressão tarifária sobre a indústria automóvel japonesa.
"O que é que vamos fazer?" Suzuki, o presidente da terceira geração da Kyowa, lembra-se de ter pensado quando as tarifas foram anunciadas. "Isto vai ser mau."
Os problemas que a Kyowa e outros fornecedores de automóveis enfrentam ilustram uma mudança de décadas no Japão, que já não inunda o mundo com chips e eletrónica de consumo e está dependente de uma indústria automóvel ameaçada pela intensa concorrência chinesa. Esta situação contrasta com a década de 1980, quando os EUA impuseram barreiras comerciais a um Japão em ascensão e às suas exportações, então em alta.
Texto integral em inglês: nL6N3RO0FY
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